A rede particular de ensino suspendeu aulas presenciais de pelo menos 12 turmas até esta sexta-feira (21), em Caxias do Sul. De cinco escolas consultadas pela reportagem — as maiores do município — 11 turmas voltaram às aulas virtuais por conta de casos positivados de coronavírus. É responsabilidade do Centro de Operação de Emergência em Saúde — COE Municipal, averiguar denúncias e também efetivar vistorias para orientação das instituições de ensino.
A escola La Salle Carmo tem seis turmas suspensas do 2º, 5º e 6º anos do Ensino Fundamental. Da mesma rede, o Colégio La Salle Caxias, localizado em São Pelegrino, tem duas turmas afastadas, de Pré II e 7º ano. O Colégio São José possui duas turmas no Ensino Fundamental II e Ensino Médio direcionadas às aulas virtuais após confirmação de contaminação. O Colégio Murialdo tem metade de uma turma de 6º ano totalmente em casa. No Colégio São Carlos, uma turma de 1º ano do Fundamental também está afastada.
— Estamos seguindo o protocolo com todo o rigor e as exigências que vem do poder público. Desde o retorno das aulas presenciais, tivemos pouquíssimos casos dentro de uma escola que tem quase 2 mil alunos. Foram 55 positivados como um todo, entre familiares e estudantes. Estamos afastando para evitar que as contaminações se multipliquem. Desta forma, conseguimos manter uma tranquilidade — diz o diretor do Colégio São José, Jorge de Godoy.
Na Educação Infantil, já houve uma suspensão de turmas do Pré II no São José, por conta de contágio. Uma das turmas já retornou após ter efetuado quarentena. Já no La Salle Caxias, além das suspensões do 7º ano e Pré II, há, ainda, uma turma de 1º ano que passou ao formato híbrido. Uma professora substituta auxilia as aulas presenciais junto à educadora titular, que está isolada em casa após ter contágio por coronavírus confirmado, mas participa de forma online. As escolas concluirão o período de afastamento entre os dias 24 de maio de 2 de junho.
No Colégio La Salle Carmo, de seis casos confirmados, cinco são de alunos e um de professor. Por meio de nota, a Rede La Salle afirma que "possui Protocolo de Proteção e Prevenção à COVID-19, o qual é estritamente observado, sendo ele reconhecido e aprovado pelo Hospital Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, parceiro da Rede La Salle neste momento desafiador que se vive. As Direções das escolas reforçam sua preocupação com a saúde de todos, em especial de seus colaboradores, estudantes e das famílias lassalistas, e permanecem atentas à quaisquer novas orientações das autoridades".
O Colégio Madre Imilda foi contatado, mas não houve retorno até o fechamento desta reportagem.
Fiscalização é realizada por meio de vistorias e orientações, diz secretária
Segundo a secretária municipal de Educação, Sandra Negrini, grupos que integram o COE Municipal, compostos pela Smed e pastas de Urbanismo e Saúde vão até as escolas, especialmente após o recebimento de denúncias. De acordo com Sandra, houve apenas uma informação sobre escola particular que não estaria cumprindo um ou dois itens do plano de contingência.
Em Caxias, na rede municipal, pelo menos três escolas já suspenderam as aulas presenciais. Na rede estadual, são cinco. A secretária explica a diferença entre fechar as escolas públicas e não as particulares.
— Nossas três escolas que tiveram necessidade de suspender a presencialidade (municipais) foi por uma questão administrativo-pedagógica porque o grupo que estava com sintomas era grande e não temos como substituir a todos (os profissionais de educação) — diz.
Questionada sobre a fiscalização ter condições de observar todas as escolas da cidade, ela afirma:
— Como há um plano de contingência e acreditamos que as pessoas tenham responsabilidade enquanto gestão, seja público ou privada, com a vida das pessoas e com o cumprimento de protocolos que garantirão a continuidade do trabalho, não vejo problemática. Agora, as escolas são reflexo do que está acontecendo na sociedade. Muitas pessoas não estão seguindo os protocolos — afirma.
Na mesma linha da secretária Sandra, o presidente do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) Bruno Eizerik, entende que a região da Serra está apresentando aumento dos casos de coronavírus. Segundo ele, chegou ao Sinepe que tanto a Serra quanto a região Noroeste do Rio Grande do Sul estariam suspendendo aulas presenciais de turmas com casos de contaminação.
— Toda escola tem comitê e um plano de contingência. É muito mais fácil que a covid venha para a escola do que saia da escola para a sociedade. A escola não é o foco — afirma.
Confira a situação de cada escola com turmas suspensas:
Rede particular:
:: La Salle Caxias — duas turmas suspensas (dois alunos positivados)
:: La Salle Carmo — seis turmas suspensas (cinco alunos e um professor positivados)
:: São José — duas turmas suspensas (dois alunos positivados)
:: Murialdo — uma turma suspensa (um aluno positivado)
:: São Carlos — uma turma suspensa (um aluno positivado)
Rede municipal:
:: Escolas Arnaldo Ballvê, Santo Antônio da Terceira Légua e Paulo Freire seguem fechadas para encontros presenciais. Conforme a secretária, das três, a única que pode retornar na próxima semana é a Paulo Freire. As outras têm retomadas descartadas até que a Smed obtenha a totalidade dos casos suspeitos confirmados, ou não, para covid-19.
Rede estadual:
:: Foram suspensas as aulas presenciais nas escolas Alexandre Zattera, José Generosi, Ivone Triches, Santa Catarina e Rachel Calliari Grazziotin. Segundo a 4ª Coordenadoria Regional de Educação, a escola Santa Catarina deverá retornar às aulas na segunda-feira (24) e, as demais, na terça-feira (25).