Entre uma das ações tomadas pela prefeitura de Caxias do Sul para frear a disseminação da covid-19 está uma parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS), que possibilitará a ampliação da testagem rápida de pessoas com sintomas do vírus na cidade. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informará à UCS os casos que devem ser pesquisados e a universidade fará o contato com os pacientes e familiares a fim de realizar os testes rápidos, do tipo antígeno, e fornecer orientações de acordo com o resultado. A capacidade será de 800 testes ao mês. A ação tem previsão de começar a ser executada na próxima semana.
Além de ofertar os testes rápidos, o objetivo da busca ativa é de diminuir a incidência de contágio, visto que o isolamento social é recomendado para pessoas que positivaram e para quem entrou em contato com esses pacientes. A pasta alerta que os testes rápidos são efetivos apenas do segundo ao décimo dia de sintomas.
Entre os testes que serão disponibilizados estão parte dos 30 mil que foram doados pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs) e pelo Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás). Essa doação também foi destinada à UBS São Vicente, bem como às demais UBSs da rede.
Para Asdrubal Falavigna, diretor da Área de Conhecimento de Ciências da Vida e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UCS, o principal resultado da parceria para testagem rápida será a identificação das pessoas que estão positivas para o vírus e, muitas vezes, desconhecem o diagnóstico.
— O que se vê muito é que as pessoas que têm contato próximo com a pessoa que deu positivo não ficam em casa porque dizem que não estão contaminadas. Existem aqueles números de pacientes assintomáticos, que estão na rua contaminando os outros, ou mesmo os pacientes com aquela janela de contaminação que ainda não sabem que estão com a doença. Se a gente conseguir identificar essas pessoas, vai dar uma grande interrupção na disseminação da doença — pontua Falavigna.
Segundo o professor da UCS, é fácil identificar quando a pessoa está com tosse e distúrbio do olfato e paladar, mas a necessidade é de constatar o vírus antes da pessoa ter esses sintomas que são totalmente conhecidos.
— Precisamos diminuir a contaminação cruzada. Tem que tirar as pessoas que estão assintomáticas ou as que têm poucos sintomas da rua, do social, mas só vamos convencer elas (a manter o isolamento) com o exame que deu positivo. Vamos definir se ela tem ou não e a partir daí a pessoa se convence, caso positivo, que ela precisa ficar isolada — explica Falavigna.