Os meses de calor deverão ser mais uma vez motivo para que parte da população busque refresco em mergulhos não autorizados em Caxias do Sul. A legislação municipal proíbe banhos em lagos e represas das bacias de captação da cidade mas, mesmo assim, a prática é uma antiga conhecida da comunidade no verão. A preocupação do poder público faz com que o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) planeje intensificar a fiscalização na próxima estação.
Segundo o diretor-presidente da autarquia, Ângelo Barcarolo, uma parceria está firmada com a Guarda Municipal para que, com auxílio de um drone, as áreas desses locais sejam amplamente visualizadas. Há pontos em represas em que a profundidade da água pode atingir 30 metros.
— É proibida qualquer atividade em áreas de propriedade do Samae. Além do banho, qualquer entrada não é autorizada porque gera transtorno. Pode acontecer de ter lixo colocado, fogo ateado e cercas quebradas — diz.
Novas placas foram instaladas com orientações nos locais, conforme Barcarolo. Pelo menos 22% do território de Caxias está em zona de águas, que são bacias de capacitação. As bacias hidrográficas de Caxias são: Dal Bó, Galópolis, Faxinal, Maestra, Marrecas, Mulada (sem represa), Piaí (sem represa), Samuara e Sepultura (sem represa).
De acordo com o tenente-coronel Julimar Fortes Pinheiro, responsável pelo 5º Batalhão de Bombeiro Militar (5° BBM), a atuação dos bombeiros é direcionada ao resgate e a possível busca pelo corpo da vítma. No caso da Operação Verão, em águas internas, geralmente lançado próximo ao Natal pelo governo do estado, a ação do efetivo fica direcionada a acidentes na Rota do Sol.
— Na Serra não temos locais estipulados para guarda-vidas como é o caso de locais como em Porto Alegre, no Lami, ou até mesmo na Lagoa dos Patos. O que fazemos é atuar nos salvamentos quando somos acionados. Agora, as pessoas devem procurar áreas com serviço de guarda-vidas, seja ofertado pelo poder público, seja pela iniciativa privada. O maior número de afogamentos ocorre por insistência do aventureiro que quer nadar mesmo sem conhecer a profundidade e o relevo do solo do local — explica.
Casos de morte em represas e lagos de bacias são frequentes em Caxias. Em fevereiro deste ano, dois jovens de 14 e 17 anos morreram após ingresso nas águas da Maestra. Em 2018, outros dois jovens foram encontrados mortos no Dal Bó.