O calendário proposto pelo governo do Estado promete volta às aulas na rede estadual de ensino em 13 de outubro para o Ensino Médio. Desta forma, em pouco menos de duas semanas, 117 escolas estaduais, sob a gerência da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE), devem abrir as portas para receber os alunos de volta aos encontros presenciais. O retorno exige planos de contingência aprovados, equipamentos de proteção e higienização e contratação temporária de professores.
O primeiro item parece ser o mais em dia. Segundo a titular da 4ª CRE, Viviani Devalle, todos os planos estão praticamente finalizados, mas serão aprovados pelo Centro de Operações de Emergências (COE) Regional gradativamente apenas após o recebimento dos equipamentos de proteção, que ainda são aguardados. A expectativa é de que as escolas recebam tapetes sanitizantes, máscaras, termômetros e água sanitária na próxima semana. Os itens serão enviados pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
— Serão entregues antes das aulas. Algumas escolas acabaram comprando com recursos próprios, mas o montante virá através da aquisição feita pela Seduc — diz.
Conforme Viviani, as escolas já sinalizaram a quantidade esperada para a pasta estadual. Não há um cálculo do total de objetos de proteção necessários na Serra. Nesta quarta-feira (30), Viviani terá uma reunião durante a tarde com a Seduc para definir se haverá contratações temporárias e, caso houver, de que forma acontecerá.
A previsão para os municípios da 4ª CRE segue sendo de 100 profissionais, isso porque muitos professores têm acima de 60 anos ou sofrem de alguma doença que as enquadra em grupo de risco. São aproximadamente 2 mil horas, que poderão ser contratadas para suprir a necessidade das aulas presenciais. Com a estimativa de professores de 20 horas, a conta fecharia em 100 profissionais em todos os municípios da 4ª CRE.
No Cristóvão, mais da metade não retornará segundo levantamento preliminar
Um dos maiores colégios de Caxias do Sul, o Cristóvão de Mendoza se prepara para o retorno seguro das aulas. Para isso, a direção realizou um formulário para que os pais se posicionassem sobre o que pretendiam fazer com seus filhos na retomada. Conforme a diretora, Roseli Maria Bergozza, 58% deles responderam que não participarão da volta presencial.
— É um número expressivo de pais que não pretendem enviar seus filhos até que não exista uma vacina contra a covid-19 — diz Roseli.
O levantamento refere-se tanto ao Ensino Fundamental como o Médio. A previsão de retorno para o dia 13 de outubro engloba 570 alunos matriculados no Médio. O Cristóvão possui cerca de mil estudantes no total. Paralelamente ao levantamento, o colégio também disponibiliza um Termo de Responsabilidade, necessário para os pais que pretendem enviar os filhos de volta às salas de aula.
Conforme a diretora, o Cristóvão já realizou o mapeamento de distanciamento calculando dois metros de distância entre os alunos. Isso faz com que cerca de 10 estudantes ocupem a mesma sala de aula.
— Não terei problema de espaço, mas sei que essa não é a realidade de muitos no Estado — afirma.
Até a volta presencial, os alunos seguem em sistema remoto pela plataforma Google Classroom. Os alunos que não têm acesso à internet podem retirar o material impresso diretamente nas escolas.
Na Escola Estadual de Ensino Médio Melvin Jones, cerca de 520 dos 800 alunos da escola estão no Ensino Médio, entre os turnos da manhã e noite. De acordo com a diretora Leila Solange Ramos, 120 irão retornar. São 40 da noite, que são adultos e já atuam no mercado de trabalho, e 80 no turno da manhã.
— Nossa preocupação é com as salas com janelas pequenas e algumas emperradas. Isso dificultará a ventilação. Provavelmente teremos que intercalar os alunos que retornarão em dias alternados, mas estamos aguardando orientações da Coordenadoria — relata.
Segundo Leila, a escola terá problemas, ainda, com higienização se houver um retorno mais expressivo. São três funcionárias para limpeza da escola nos três turnos e, além disso, não há funcionários para a portaria de entrada.