O número de fiscais para o transporte coletivo de Caxias do Sul passará dos atuais oito para 16 a partir da próxima segunda-feira (29). O objetivo é intensificar o monitoramento ao longo de todo o dia, com atenção especial nos horários de pico, para acabar com o excesso de passageiros, que persiste em algumas linhas.
De acordo com o gerente de trânsito e transportes da Secretaria de Trânsito, Evandro Rech, os servidores que irão reforçar a equipe passarão antes por treinamento com os colegas.
- Com mais fiscais, vamos conseguir olhar todas as linhas. Estamos atrás da conta perfeita para dar segurança sanitária às pessoas - destaca Rech, acrescentando que o número de fiscais pode ser ampliado caso haja necessidade.
Com a volta da bandeira laranja no modelo de distanciamento controlado nesta semana, os limites de ocupação dos ônibus foram modificados. Agora é permitido 60% do total de passageiros que o veículo comporta, ao contrário dos 50% previstos na bandeira vermelha. As novas regras são diferentes inclusive em relação ao que havia sido adotado antes da bandeira se tornar mais rígida. Até a semana retrasada, eram permitidos o total de passageiros sentados, mais um número determinado em pé, de acordo com o tamanho do coletivo.
Segundo Rech, as normas adotadas agora seguem o protocolo do Estado e permitem, inclusive que o número de passageiros em pé seja maior. Com isso, o número de linhas com problemas também caiu nesta semana. No início da noite desta quarta-feira (24), por exemplo, horário que concentra mais problemas de lotação, foram identificados passageiros em excesso em duas: Iracema e Serrano.
- Nós estamos fazendo um replanilhamento dessas linhas para melhorar o atendimento. À noite dá mais problemas porque a volta para casa tem sido muito simultânea. De manhã cedo é um pouco menor o número de pessoas que estão indo ao trabalho - destaca o gerente, que afirma que no início da pandemia os problemas eram mais generalizados.
Na manhã desta quinta-feira (25) a reportagem verificou 25 linhas na área central da cidade e não encontrou excesso de passageiros em nenhuma delas. Passageiros, contudo relatam que a lotação é frequente na linha Ana Rech/Salgado Filho e Planalto/São Victor.
- Às 6h50min o Ana Rech/Salgado Filho vem bastante cheio. No Centro, chega com todo mundo sentado. Aí começa a encher e, quando chega na EPI Imigrante, lota. Acredito que deveria ter um horário antes - sugere o analista de qualidade Gustavo Corte, 39 anos.
Rech afirma que a linha Ana Rech/Salgado Filho teve superlotação na semana passada porque a Visate substituiu os ônibus articulados por veículos simples. A empresa disse que a medida foi necessária por questões operacionais e já colocou novamente os coletivos maiores. Contudo, o gerente diz que tanto na linha que atende Ana Rech, quanto na Planalto/São Victor os fiscais não têm identificado problemas recorrentes e afirma que, em alguns casos, pode ocorrer uma percepção equivocada dos passageiros.
- As pessoas estão muitos assustadas. Elas têm visto mais pessoas em pé no ônibus e acham que pode ter excesso - argumenta.
O sistema segue operando com cerca de 70% da frota. A secretaria não descarta eventuais penalizações à Visate caso sejam identificadas falhas operacionais.