Os prefeitos da Serra se mostraram contentes com a manutenção da Serra na bandeira laranja do Modelo de Distanciamento Controlado do Rio Grande do Sul. No entanto, a maioria dos gestores entenderam que medidas precisam ser tomadas para que a região não retorne para a bandeira vermelha, como havia acontecido na divulgação preliminar do modelo pelo governo estadual.
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— Ficamos satisfeitos com a manutenção da bandeira laranja. Com muita responsabilidade, manteremos controlados os indicadores propostos pelo Estado — afirma o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin (Progressistas), alegando que boa parte da cidade tem respeitado as determinações de saúde:
— Na semana passada, amarramos nosso decreto muito forte com as determinações do governo. Vamos continuar bastante rigorosos. Uma minoria não pode fazer com que a maioria seja punida. A irresponsabilidade de poucos não pode ser o determinante de um grande número de pessoas.
Em Vacaria, o prefeito Amadeu Boeira (PSDB) se mostrou contente com a sequência da bandeira laranja. No entanto, diz que o município tomara medidas mais fortes para manter a situação controlada.
— O povo precisa trabalhar também. Vamos botar restrições no decreto para as pessoas não ficarem depois das 22h na rua fazendo aglomerações. Vou fazer uma restrição forte a respeito disso. Quem não tem trabalho e quer ficar na rua fazendo aglomerações, vamos restringir — diz Boeira, que chegou a cogitar uma ação judicial caso houvesse a mudança na determinação:
— Se não voltasse a laranja iríamos entrar na Justiça. Vamos manter os cuidados para não voltar novamente para a vermelha.
Pensamento comunitário
Para o vice-prefeito de Caxias do Sul, Eloi Frizzo (PSB), a participação das entidades regionais possibilitaram a manutenção da bandeira laranja:
— A Amesne (Associação dos Municípios da Encosta Nordeste) e o Observatório Regional criaram as condições para alterarmos significativamente a análise dos índices. O trabalho dessas entidades, somado ao Corede e a 5ª Coordenadoria de Saúde possibilitou que criássemos condições de rever a bandeira. Ganha a cidade e, principalmente, o comércio, que é o setor mais atingido. Caxias deu exemplo ao fechar nos domingos, inclusive os supermercados, evitando as aglomerações. Vamos continuar com esse trabalho e contamos com a ajuda da população nesse sentido.
Segundo o prefeito de Farroupilha Pedro Pedrozo (PSB), a forma como o Modelo de Distanciamento Controlado está funcionando é mais justa para os municípios. Como nas últimas semanas a região vem correndo o risco de fechamento do comércio com a entrada na bandeira vermelha, as cidades da região podem argumentar.
— A gente vem numa luta grande contra isso. Entendemos que nosso governador tem uma forma científica. O que reclamávamos era que não tínhamos chance de ajudar. A partir do momento em que montamos o Observatório Regional, os municípios começaram a identificar os pontos fracos e a gente começou a ajudar. Uma pandemia não é culpa de um. Não é o governo contra o povo ou vice-versa. São todos contra uma doença — afirma Pedrozo, que entende que ainda há falta de compreensão do momento por muitas pessoas:
— Não é fecharmos e punirmos quem está trabalhando. Mas tem uma parte da sociedade que não consegue perceber o momento que a gente vive. Um dia deu tudo certo, no outro também, daqui a pouco vai passear com as crianças no shopping e depois vai tomar um mate no compadre. Quando vê está fazendo festa de aniversário. Essa parte da sociedade precisa que haja uma interrupção de tempo em tempo para ela se dar conta do momento que estamos vivendo.
O entendimento da união da região também é destacado pelo prefeito Evandro Zibetti (PMDB), de Carlos Barbosa.
— A gente não tem como trabalhar de forma isolada dentro do universo de 49 municípios. Isso é um trabalho que cada um vai ter que fazer sua parte e ter os cuidados, porque a gente não vive de forma isolada. Todo dia é um desafio diferente — afirma Zibetti.
Em Guaporé, por exemplo, mesmo antes da confirmação da bandeira laranja, o prefeito Valdir Fabris (PDT) já tinha determinações programadas para controlar o avanço da covid-19 na cidade:
— Todo comércio está preparado para receber os clientes. O problema maior são as aglomerações de fim de semana. E nós, independentemente da bandeira, já íamos restringir bebidas alcoólicas em vias públicas, ruas e praças. O pessoal está exagerando um pouco.
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