A Mitra Diocesana de Caxias do Sul e a prefeitura negociam a instalação de um segundo hospital de campanha no Centro Diocesano de Formação Pastoral para tratamento de pacientes com coronavírus. O prédio, que fica na Rua Dr. Emílio Ataliba Finger, no Colina Sorriso, tem capacidade para 64 leitos.
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As conversas para a utilização do imóvel tiveram início nesta segunda-feira (30), em uma reunião entre o bispo dom José Gislon, o prefeito Flávio Cassina (PTB) e outros representantes da administração municipal. O primeiro hospital de campanha será no Virvi Ramos.
Segundo o secretário da Saúde, Jorge Olavo Hahn Castro, o município irá aceitar a oferta para a instalação de leitos de enfermaria. Além de acertar os detalhes da parceria, ainda é necessário definir quanto o município terá de investir e quanto conseguirá levantar de doações.
As 64 vagas irão se somar às 34 que estão em fase de montagem no Virvi Ramos, totalizando 98 leitos. Os primeiros, do Virvi, devem estar disponíveis em cerca de 10 dias. Já os do Centro de Formação Pastoral não têm data para começar a receber os pacientes.
— Vamos terminar a instalação do primeiro para iniciar a montagem do segundo — explica Castro.
O hospital de campanha do Virvi ocupará a antiga unidade de saúde mental da instituição e receberá pacientes com quadro considerado moderado. Parte do mobiliário foi emprestada ou doada por empresas e entidades de Caxias. O município, contudo, também precisou investir: somente na rede de oxigênio são desembolsados R$ 40 mil, conforme o secretário.
Um terceiro hospital de campanha não está no horizonte neste momento, embora a possibilidade não seja totalmente descartada, segundo Castro. A decisão vai depender do cenário de evolução da covid-19 na cidade.
— É um investimento pesado. Vamos fazer esses dois. Se a população colaborar e não sair de casa, talvez não precisamos utilizar eles totalmente — alerta o secretário.
Além dos leitos dos hospitais de campanha, o Virvi Ramos contará com 15 leitos com isolamento, que integram a cota do Sistema Único de Saúde (SUS). Os hospitais Pompéia e Geral também contam com leitos disponíveis para a rede pública da cidade. Tanto as vagas temporárias quanto as permanentes serão preenchidas por meio da Central de Regulação de Leitos.
As unidades de pronto atendimento de Caxias do Sul (UPAs) também receberam estruturas provisórias na área externa. O objetivo é realizar com mais segurança a triagem de pacientes com sintomas respiratórios, evitando eventual contaminação de outras pessoas que aguardam atendimento na parte interna.
Outras ofertas
Além do prédio do Centro Diocesano de Formação Pastoral, dom José Gislon também colocou à disposição do município a Casa de Retiro, que fica no bairro Diamantino e poderia receber outros 45 leitos. Para este prédio, o município negocia um possível alojamento para profissionais de saúde, para que eles evitem ir para casa e corram o risco de contaminar familiares.
Além disso, a Diocese de Caxias também deve realizar uma campanha de arrecadação de alimentos para famílias de baixa renda. As doações serão distribuídas pela Fundação de Assistência Social (FAS). O bispo deve se manifestar entre esta terça-feira (31) e a quarta-feira (1), assim que os detalhes das parcerias forem acertados com o município.