Por meio de uma transmissão ao vivo realizada pelas redes sociais, no final da tarde desta quinta-feira (26), a prefeitura de Caxias do Sul anunciou mais quatro casos confirmados de Coronavírus. Sendo assim, são 11 no total, seis confirmados pelo Lacen/RS e outros cinco pela rede privada.
Dos quatro novos, um deles, um homem de 62 anos, está hospitalizado na UTI. Os outros três estão em isolamento domiciliar, como já ocorria com outros quatro pacientes. Três são considerados curados.
A prefeitura ainda divulgou uma breve projeção referente à quantidade de contágios que o coronavírus pode atingir na cidade. Os números calculados com base em dados fornecidos pelo governo do Estado, foram apresentados pela médica infectologista Andréa Dal Bó, diretora das vigilâncias em Saúde do município.
De acordo com ela, se 10% da população caxiense — que atualemente é de 510 mil habitantes — for infectada pelo coronavírus, serão 51 mil pessoas. Destas, 41 mil tendem a apresentar apenas sintomas leves enquanto 7.668 necessitarão de atendimento hospitalar. O número mais preocupante é o de possíveis internações que necessitem de equipamentos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) — um total estimado em 345 pacientes.
— Todas as ações adotadas neste momento são justamente para diminuir a circulação do vírus e, assim, essas internações sejam feitas de forma gradativa para que possamos absorver ao longo de quatro meses os atendimentos tanto na rede pública quanto privada — justificou a médica.
Ao todo, Caxias do Sul dispõe atualmente de 100 leitos de UTI. A equipe do chamado gabinete de crise, que avalia diariamente medidas locais para o combate à pandemia mundial, estima, porém, que 60% dos atendimentos relacionados ao coronavírus serão buscados pela rede pública.
De acordo com o vice-prefeito, Édio Elói Frizzo (PSB), a prefeitura está em contato frequente com o governo do Estado para definir claramente políticas de ampliação das unidades locais e também no sentido de articulações conjuntas que protejam a comunidade.
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— Nosso foco é diminuir a velocidade do contágio para que não ocorram picos e os atendimentos sejam diluídos dentro de 120 dias. É preciso um esforço da comunidade, impedir a mobilidade social com medidas como o cancelamento das aulas. Não existe a possibilidade de avaliar o retorno neste momento — declarou Frizzo na transmissão.
Ele informou medidas como o serviço de triagem que passará a ocorrer junto às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Central e Zona Norte. Segundo ele, o atendimento para casos de problemas respiratórios graves deverá ser buscado, preferencialmente, na unidade central.
O prefeito Flávio Cassina (PTB) abriu e fechou o ato de pronunciamento com mais um apelo à comunidade para que permaneça em casa e colabore com as estrategias traçadas pela equipe em parceria com entidades representativas de todos os setores:
— Coloquem-se em nosso lugar, compreendam o nosso papel. Estamos entre a cruz e a espada. Estamos aqui pra isso vamos fazer a nossa parte.