O tenente-coronel Alan de Paiva Carvalho assumiu o comando do 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (3º GAAAe) de Caxias do Sul na manhã desta terça-feira (21). Ele substitui o coronel Leandro Fernandes Moraes. Moraes permaneceu no comando do quartel em Caxias por dois anos. Ele segue para a Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro (RJ), onde realizará o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE).
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O subcomandante do Exército de Caxias, coronel Júlio Cézar Dutra de Oliveira, também se despede da cidade. Ele foi transferido para a 6ª Divisão de Exército em Porto Alegre. Quem assume a função de subcomandante, o Major Hamilton Mello Vieira.
Antes da solenidade de troca de comando, por volta das 9h30min, ocorreu o descerramento da fotografia do coronel Moraes, que fica na galeria dos ex-comandantes. Emocionada, a esposa do coronel, Rosália Baremaker Moraes, ao lado do marido, fez a inauguração da foto, que marca a passagem do comandante pela cidade.
— Depois de dois anos me sinto realizado e feliz por ter concluído mais uma etapa do meu trabalho em Caxias do Sul e pelas conquistas obtidas no Grupo Conde de Caxias. Me sinto feliz, honrado e com sensação de dever cumprido — afirmou o coronel Moraes.
Para o novo comandante, o momento era de ansiedade. Ele tem 43 anos e é natural do Rio de Janeiro. Carvalho já comandou a 14ª Bateria de Artilharia Antiaérea de Olinda.
— Estou ansioso para me adaptar à cidade porque nunca estive no sul do país. Ao mesmo tempo, me sinto honrado e feliz por ter sido indicado para o comando de uma organização tão importante e especial. É uma honra comandar um quartel como esse, que é um dos poucos do sul com especialidade em artilharia antiaérea — ressaltou ele.
A cerimônia de passagem ocorreu às 10h no pátio do quartel. Visivelmente emocionado, o coronel Moraes citou Antoine de Saint-Exupéry para se despedir da tropa.
— Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Com essa frase do francês Antoine de Saint-Exupéry, quero demonstrar gratidão por tudo o que vivi nestes dois anos em Caxias do Sul. Levarei essa história comigo.
Ao final do discurso, ele se dirigiu à tropa:
— Artilharia!
E eles responderam:
— Antiaérea! Brasil! Semper primus!
A expressão em latim significa "sempre primeiros", uma referência que diz respeito aos primeiros a serem chamados em caso de ataques aéreos com mísseis e foguetes.
Comandantes e autoridades prestigiaram cerimônia
Participaram da solenidade o comandante militar do Sul, general Geraldo Antonio Miotto; o antigo chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e ex-comandante do Exército em Caxias, general José Carlos De Nardi; o comandante da 3ª Região Militar (3ª RM), general Riyuzo Ikeda; o comandante da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, general Alexandre de Almeida Porto; e o comandante da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, general Ernesto de Lima Gil. Também estiveram presentes comandantes e subcomandantes militares tanto do Exército em Caxias quanto da Brigada Militar da cidade.
A rainha da Festa Nacional da Uva 2019, Maiara Perottoni, e as princesas, Milena Remus Caregnato e Viviane Piamolini Gaelzer, também estiveram na cerimônia.
Tradução do Hino Nacional em Libras marca troca de comando
Confira o vídeo:
Um dos momentos marcantes da cerimônia da passagem de comando foi quando a intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), Letícia Francisco, acompanhada pelos soldados Vítor Flores e Dylan Macedo, traduziram o hino nacional em Libras.
— Esta é a primeira vez que uma organização militar conta com tradução do hino nacional com a participação de soldados interpretando o hino em libras — destaca a professora, que também é executiva-chefe (CEO) da Semear.
Ela conta que a ideia surgiu depois de uma parceria fechada com o quartel de Caxias para que os soldados e oficiais aprendam Libras.
— Pretendemos colocar o projeto em prática e promover mais apresentações em Libras — explica.
Para Vítor, foi uma oportunidade de se aproximar das pessoas e de mostrar que há espaço para todos no quartel de Caxias.
— Em 2017, eu tive meu primeiro contato com Libras quando fiz um curso no Instituto Federal. Me sinto emocionado de ter essa nova oportunidade no Exército, porque é uma maneira de nos conectarmos e de mostrar que aqui todos têm chance — conta.
Dylan também não escondia a emoção.
— Durante o projeto, aprendi Libras e me sinto emocionado de poder me comunicar com as mãos. Estudamos a história do hino e do nosso país com os gestos. A sensação é incrível — destaca.