A Serra é uma das regiões com mais ganhadores de loterias no Brasil, mas também coleciona histórias inusitadas. Relembre:
R$ 3 milhões na lixeira
Acertar as dezenas da loteria nem sempre é sinônimo de felicidade. Um apostador de Caxias do Sul acredita ter acertado sozinho os cinco números da Quina de 30 de junho de 2017. Ele teria perdido o comprovante e não pode retirar o prêmio.
O técnico em manutenção conferiu os números de um sorteio impresso nas páginas do jornal do dia, mas o resultado era de outro concurso. Quando o jogador se deu conta, era tarde demais: o bilhete já estava no lixo. O homem viveu um misto de angústia e esperança, já que o pedaço de papel que garantia a bolada de R$ 2.944.607,27 poderia estar em uma reciclagem ou um aterro.
As irmãs Vanessa Ziliotto, 33 e Juliana Ziliotto, 31, que administram a Zebrão Loterias, lembram bem da história e do cliente, já que o bilhete foi comprado ali. Ele pediu uma surpresinha, que é quando os números são escolhidos aleatoriamente pelo computador:
— Não sabemos se realmente foi ele, mas lembro bem da história porque eu atendi o cliente. Ele falou: nossa que jogo mais feio, mas vou ganhar com esse mesmo. Duas semanas depois ele se deu conta que poderia ser o ganhador. É uma história trágica, porque saiu um prêmio de mais de R$ 2 milhões na Quina e ganhador não pode retirar o prêmio, porque o bilhete foi parar no lixo.
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Final feliz em 1990
Essa não foi a primeira vez que um bilhete premiado acaba no lixo em Caxias do Sul. Em julho de 1990, um jogador fez a aposta na Brandalise Loterias, mas se confundiu ao conferir os números e jogou o bilhete fora. O bilhete foi encontrado dias depois e o prêmio foi dividido pelo jogador e por quem encontrou o canhoto.
O vidraceiro Pedro Luiz Rossi percebeu que era o vencedor no dia seguinte ao sorteio. Ele e três amigos procuraram o bilhete em meio ao lixo no aterro sanitário São Giácomo. A história ganhou as manchetes do país, porque a notícia se espalhou, e, em pouco tempo, mais de cem pessoas disputavam espaço, entre restos de comida, latas e sapatos velhos para encontrar o papel.
Marilza Rodrigues encontrou o cartão premiado e o entregou ao marido, o carteiro Adão Camargo — o bilhete foi guardado num armário da agência dos Correios. Após dias de suspense, Camargo e Rossi entraram em acordo e dividiram a bolada de Cr$ 15.908.118,72, equivalente hoje a R$ 13.137.288,50, segundo calculadora do Banco Central.
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