Até a próxima segunda-feira, a principal ligação da Serra com a Região Metropolitana, a ERS-122, começará a ser recuperada. Essa é a expectativa do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Os trabalhos terão início após a conclusão da obra de reperfilagem da VRS-827, em Nova Petrópolis. Enquanto isso, outra frente de trabalho do Daer atua na ERS-446, entre São Vendelino e Carlos Barbosa. Uma equipe faz a drenagem da rodovia para, depois, começar os reparos que devem ser semelhantes aos que serão feitos no trecho de 20 quilômetros da ERS-122. Ou seja, não um simples tapa-buracos, mas uma recuperação com recorte do ponto crítico, recolocação da base (se for necessária) e novo pavimento.
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Apesar de a marcação dos pontos críticos na ERS-122 já ter sido feita pelo Daer, não são do departamento as placas dispostas no acostamento em alguns locais indicando buracos à frente. A marcação do Daer foi feita com tinta no asfalto e é um pouco mais difícil de ser visualizada. Não se sabe quem colocou as placas, mas uma delas também pode ser vista em um ponto de Caxias da ERS-122, na altura do Km 71, no perímetro entre o Viaduto Torto e o bairro Santa Fé.
O Pioneiro percorreu as rodovias da região, na segunda-feira e ontem, para verificar quais os trechos mais precários e os encontrou justamente na ERS-122, na ligação entre São Vendelino e Farroupilha e no perímetro de 10 quilômetros do Viaduto Torto e o bairro Santa Fé, em Caxias do Sul. Além disso, o percurso de 20 quilômetros da RSC-453 que passa por Farroupilha, Bento Gonçalves e Garibaldi, até a BR-470, continua com muitos buracos. Isso, sem falar, em ambas as rodovias, na precariedade da sinalização que na maior parte permanece escondida pela vegetação às margens das pistas.
A reportagem também percorreu a ERS-452, entre o distrito caxiense de Vila Cristina e o município de Bom Princípio. A ida atendeu à solicitação de leitores que enviaram fotos de buracos que eram verdadeiras armadilhas encobertos pela água da chuva. Mas, na segunda-feira, os buracos já tinham sido tapados. Apenas em um trecho entre as cidades de Alto Feliz e Feliz o asfalto está desgastado e gera um desconforto ao transitar.
Outra rodovia estadual em que não foram encontrados buracos foi a ERS-444, via que serve de acesso ao centro de Bento Gonçalves para quem segue de Farroupilha a Bento.
Segundo a Secretaria de Transportes do Estado, trechos como o da ERS-122, em Caxias, e da RSC-453, na região, só serão contemplados com melhorias se houver disponibilidade de recursos, após a conclusão dos trechos prioritários. Daí, será feita uma nova análise para alocação desses valores em trechos de difícil trafegabilidade.
Recursos anunciados têm muitos destinos
Na divisão dos recursos anunciados pelo governador Eduardo Leite, em meados de junho, para as rodovias estaduais da região, uma parcela bem reduzida é de fato para investimento. Pelo menos no tocante à fatia que coube às três superintendências regionais sediadas na Serra. É que grande parte da verba foi destinada para pagamentos de convênios com os municípios, serviços de consultoria técnica do ano passado.
Além disso, nos contratos do Daer com as empresas que fazem a conserva das rodovias foi incluído o valor pago pelo CAP, insumo utilizado na fabricação do asfalto, o que acabou consumindo mais uma parte do dinheiro. Lembrando que essa foi a maneira que o Estado encontrou para poder viabilizar as obras que estavam paradas desde setembro do ano passado porque cabia ao governo pagar o fornecedor de CAP. Sem conseguir quitar as dívidas, o fornecimento foi suspenso, paralisando as obras. Depois, o contrato com o fornecedor se encerrou dificultando ainda mais a situação.
O Estado deu início a uma negociação com as empresas que faziam a manutenção das rodovias para que elas aceitassem incluir o fornecimento de CAP nos contratos em vigência. O que acabou ocorrendo, possibilitando a retomada dos trabalhos, mas comprometendo parte da verba para pagamento do insumo. Apesar de o Daer, por meio da assessoria de imprensa dizer que não há como distinguir exatamente quanto do valor é referente ao CAP, porque ele varia de acordo com o projeto de massa asfáltica, segundo informações extraoficiais, o índice pode chegar a 60% do valor da obra.
Por exemplo, do total de pouco mais de R$ 12,4 milhões destinados à 2ª Superintendência Regional de Bento Gonçalves, somente R$ 2,6 milhões (em torno de 21%) são para a conserva de todas as rodovias pavimentadas da área, no total de 506,13 quilômetros. E dentro desse montante está o valor do CAP. A exceção é a ERS-122, entre São Vendelino de Farroupilha, que tem verba própria de R$ 3,3 milhões.
Do total, dos R$ 301 milhões anunciados, R$ 130 milhões são para a ERS-118, na Região Metropolitana. Restam R$ 170 milhões divididos assim: R$ 40 milhões em convênios, R$ 10 milhões em sinalização, R$ 25 milhões para pagamento de apoio técnico referente a 2018, R$ 35 milhões para acessos municipais e R$ 60 milhões para conserva, onde está incluído o pagamento do CAP.
Veja para onde vai o dinheiro:
6ª Superintendência Regional Passo Fundo
:: R$ 3.345.132,74 para serviços de pavimentação em três quilômetros na ERS-126, entre Guabiju e São Jorge.
2ª Superintendência Regional de Bento Gonçalves
:: R$ 3,3 milhões para recuperação de 20 quilômetros da ERS-122, entre São Vendelino e Farroupilha. Serão feitos reparos profundos e superficiais e, quando necessário, haverá troca a base e sub base. O serviço deve começar até segunda-feira, logo após a conclusão de Linha Temerária, em Nova Petrópolis.
:: R$ 281.896,27 para pagamento de convênio com o município de São Pedro da Serra para a pavimentação de 650 metros da Rua Nicolau Griebeler (com blocos de concreto) que já foi concluída.
:: R$ 651.803,13 para sinalização de rodovias da área de abrangência. Serão priorizados os trechos em piores condições.
:: R$ 500 mil para a supervisão ambiental da Rota do Sol. O Daer não especificou do que se trata exatamente.
:: R$ 2,5 milhões para obras na VRS-827, na localidade de Linha Temerária, em Nova Petrópolis, em função de decisão judicial. Foi feita a roçada, limpeza dos dispositivos de drenagem e reperfilagem no trecho. O serviço começou dia 19 de junho e devem ser concluídos até sexta-feira.
:: R$ 900 mil para pagamento da obra da rótula de Fazenda Souza, em Caxias, já concluída.
:: R$ 2.608.638,14 para a conserva de todas as rodovias pavimentadas da área de abrangência da 2ª Superintendência Regional do Daer. Entre elas, a ERS-446, entre São Vendelino e Carlos Barbosa. O trabalho começou nesta semana com a drenagem da via. Depois, seguirá com reparos profundos e superficiais e, quando necessário, haverá troca a base e sub base.
:: R$ 1.668.612,68 para o pagamento de serviços de apoio técnico prestados em 2018 (liquidação de dívidas) e contratos ainda vigentes, ou seja, nos quais novos trabalhos poderão ser incluídos.
15ª Superintendência Regional São Francisco de Paula
:: R$ 3,5 milhões para a conclusão do asfalto em um trecho de três quilômetros da ERS-020, em Cambará do Sul. Os trabalhos foram retomados nesta semana.
:: R$ 418.821,46 para sinalização de todas as rodovias estaduais na área da superintendência. Serão priorizadas as que estiverem em piores condições.
:: R$ 1.256.038,79 para a conserva das rodovias pavimentadas da 15ª Superintendência Regional do Daer, entre elas a ERS-020, em São Francisco de Paula.
:: R$ 1.072.180,81 para o pagamento de serviços de apoio técnico prestados em 2018 (liquidação de dívidas) e R$ 6.247.041,06 para contratos ainda vigentes, ou seja, nos quais novos trabalhos poderão ser incluídos.
Os pontos críticos nas rodovias da região:
ERS-122, entre Viaduto Torto e bairro Santa Fé
:: Nesse trecho de cerca de 10 quilômetros da ERS-122, os piores pontos são perto de um posto de combustíveis no Km 70; na entrada da localidade de São Giácomo da 9ª Légua (Km 71); um trecho onde foi colocada tem a placa de buraco a 100m; junto ao acesso à Rua Dezenove de Abril (entrada para a escola de mesmo nome); e em frente à Panatlântica Tubos na parte mais urbana (Km 80).
ERS-122, entre São Vendelino e Farroupilha
:: Pontos mais críticos com buracos profundos na altura do Km 41, Km 47 (antes e depois da curva da morte). Mas ao longo de todo o trecho de 20 quilômetros há buracos mais rasos e outros onde o asfalto está desgastado. Nas curvas, foram colocadas novas placas sinalizadoras refletivas.
RSC-453, entre Farroupilha-Bento Gonçalves-Garibaldi
:: Pior trecho fica junto ao acesso à ERS-444, em Barracão, em Bento Gonçalves. O asfalto está bem deteriorado com vários buracos mas todos relativamente rasos. Os grandes e profundos buracos que haviam no trecho foram tapados, como o que havia no Km 111. Porém, novos se abriram, um pouco menores mas também profundos. A pista em pior estado é a da direita (destinada a veículos lentos) no sentido Garibaldi-Bento-Farroupilha.