O Hemocentro de Caxias do Sul precisa de doadores de plaquetas, componente do sangue destinado, por exemplo, a pacientes com câncer em tratamento de quimioterapia, leucemia e vítimas de acidentes com grandes sangramentos. As plaquetas são extraídas nas doações convencionais do Hemocentro, mas a validade delas é de apenas cinco dias, menor que a do restante do sangue; a duração dos glóbulos vermelhos é de 35 a 42 dias, e o plasma dura até um ano.
A diretora geral do Hemocentro, Carolina Brum, explica que há um procedimento específico para retirada de plaquetas do doador, que mantém o restante do sangue. Esse método, chamado de aférese, reúne uma quantidade 10 vezes maior de plaquetas que uma doação convencional.
— Para a mesma quantidade de plaquetas, eu preciso de 10 doadores convencionais para um de aférese. É um procedimento um pouco mais demorado que a doação convencional; dura cerca de uma hora — explica.
Carolina destaca que a plaqueta se refaz no organismo do doador em 72 horas, diferente das hemácias (os glóbulos vermelhos do sangue), que levam até três meses para se refazerem.
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Os critérios para doação de plaquetas são os mesmos que os da doação convencional, somados a mais uma condição: que o doador de plaquetas tenha feito pelo menos uma doação de sangue nos últimos 12 meses.
Carolina explica também que o Hemocentro mantém um cadastro de doadores de plaquetas com os números de telefone para chamar quando há necessidade. É o caso de dias mais frios, quando o número de doadores diminui. Foi o que ocorreu na última semana, em que a média foi de 25 doadores por dia no hemocentro, quando o normal é 40.
— Além do maior desconforto com o frio, que faz com que menos pessoas doem, muitas pessoas ficam gripadas no frio e, com isso, não podem fazer a doação — comenta.
Conforme Carolina, quando o Hemocentro chega a 40 doadores por dia, não é necessário fazer a aférese porque a quantidade de plaquetas na doação convencional é suficiente.
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A diretora observa que, quando não há necessidade, a aférese nem mesmo é feita. Se faz apenas a doação convencional, para não haver baixa no estoque de hemácias. Neste momento, esse volume de glóbulos vermelhos, de todos os tipos sanguíneos, está com estoque bom.
O Hemocentro Regional de Caxias do Sul fica na rua Ernesto Alves, 2.260, no centro. O horário de funcionamento é das 8h30min às 17h, de segunda a sexta-feira, e das 8h às 11h30min aos sábados. Quem puder doar plaquetas pode entrar em contato pelo telefone (54) 3290-4543 para obter mais informações sobre os critérios e saber se se enquadra nas condições para doação.
Banco de Sangue
No Banco de Sangue de Caxias do Sul, que atende planos privados de saúde na região, há falta de sangue tipo O negativo. Os demais tipos, mesmo com a procura mais baixa nos dias frios, estão com estoques bons.
— Fizemos algumas campanhas de doação em junho justamente para nos prepararmos para o inverno — explica a gerente de captação do Banco, Lineia Silva Espindola.
Conforme ela, a média nos últimos dias tem sido de 30 doadores por dia, enquanto o normal para manter os estoques seria de 60 doadores por dia. Com as campanhas que foram feitas, no entanto, os estoques, com exceção do O negativo, estão garantidos nas próximas semanas.
O Banco de Sangue de Caxias do Sul funciona das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira; aos sábados, abre das 7h30min ao meio-dia. É possível marcar horário para ser atendido. O telefone é 3027-8600.
Critérios gerais para doação de sangue:
Ter de 18 a 69 anos, 11 meses e 29 dias; pesar mais de 50 quilos; não estar em jejum; evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação; não fumar duas horas antes da doação e não ingerir bebida alcoólica nas últimas 12 horas.
Impedimentos à doação
Temporários: febre, gripe, gravidez, 90 dias após o parto normal e 180 dias após cesariana, uso de alguns medicamentos, tatuagem e piercing (1 ano), pessoas que adotaram comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis.
Definitivos: hepatite após os 11 anos de idade, evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças transmissíveis pelo sangue: hepatites B e C, Aids/HIV, vírus HTLV I e II, Doença de Chagas e Malária.
Intervalo para doações: mulheres podem doar a cada três meses, não ultrapassando três doações em um ano. Homens podem doar sangue a cada dois meses, não ultrapassando quatro doações em um ano.
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