Há pelo menos três anos, moradores de um trecho da Rua Sagitarius, no bairro Cruzeiro, convivem com baderna e sujeira no terreno de uma casa em ruínas. Onde uma vez ficava a residência de número 651, hoje há apenas entulhos de construção e lixo. Segundo vizinhos, o lugar é frequentado por usuários de drogas, que geram perturbação de sossego e furtam materiais de casas próximas, como contadores e antenas parabólicas. Além da sensação de insegurança, é recorrente moradores serem acordados com barulho de brigas e gritaria.
A comunidade
Não bastasse a perturbação do sossego, o lixo atrai ratos e baratas, que invadem casas próximas. Uma moradora que preferiu não se identificar disse que se tornou rotina comprar veneno e inseticida. Outro problema relatado é a dificuldade em saber para qual órgão recorrer, uma vez que há questões habitacionais, ambientais e de segurança pública. De acordo com o ferramenteiro André Luis Libardi, que mora nas proximidades, reclamações são feitas desde 2016, porém, desde então, tudo piorou.
— Já liguei para a Secretaria do Meio Ambiente, Brigada Militar, Câmara de Vereadores e ninguém sabe o que fazer. A Brigada vem quando dá, mas o problema nunca é resolvido — relata.
A solução
A Codeca informou que equipes já estão cientes da situação e que está previsto um mutirão de coleta de lixo de terrenos baldios na Rua Sagitarius neste domingo. A assessoria da companhia informou que a ação será realizada no local, independentemente de se tratar de terreno particular.
A 1ª Companhia do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), responsável pelo policiamento comunitário no Bela Vista (e que atende o Cruzeiro), informou aos dois soldados sobre o problema e pediu que eles façam rondas frequentes no local. Porém, eles só podem intervir quando houve perturbação do sossego ou algum crime for praticado.
A secretária municipal de Urbanismo, Mirangela Rossi, afirma que nenhum pedido de providências envolvendo o nº 651 da Rua Sagitarius está aberto na pasta. Conforme ela, a partir de agora a secretaria abrirá processo administrativo para tentar localizar o proprietário da casa e exigir que ele providencie a demolição ou fechamento do espaço, a fim de evitar a entrada de usuários de drogas. Caso o dono do imóvel não seja localizado após sucessivas tentativas, o caso é encaminhado à Procuradoria-Geral do Município (PGM), que judicializa um pedido para demolir e limpar a área. Não há prazos para a situação ser resolvida. Mirangela afirma que já está tramitando na pasta um pedido de providências sobre outro imóvel em ruínas na região da Sagitarius. Conforme ela, o proprietário já teria sido notificado a tomar providências.