Em atualização divulgada na manhã desta quinta-feira, a Secretaria Municipal da Saúde confirmou que cinco óbitos já foram registrados em decorrência da gripe A neste ano em Caxias do Sul. As mortes aconteceram entre os dias 5 e 16 de julho. Quatro das vítimas eram mulheres.
Entre os cinco casos, quatro deles não estavam imunizados. A outra vítima, um idoso de 77 anos, havia se vacinado, porém, era pneumopata e, portanto, apresentava maior vulnerabilidade. Somente um dos pacientes não pertencia a nenhum dos grupos de risco.
Ao todo, 54 pessoas já foram hospitalizadas em unidades de tratamento intensivo (UTIs) da cidade. Em termos de região, a 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ª CRS) informa que já são 14 óbitos confirmados entre os 49 municípios abrangidos pela entidade.
Conforme a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde de Caxias, Juliana Argenta Caloni, a principal preocupação continua sendo as pessoas que pertencem aos grupos de risco. Principalmente porque não há mais estoques de vacinas disponíveis ou sequer previsão de um próximo abastecimento à rede municipal.
— Nunca entendemos os motivos de as pessoas de maior risco não se vacinarem. Garantimos o abastecimento de todas as unidades básicas de saúde (UBSs) durante a campanha e mesmo assim a adesão de muitos grupos foi baixa — lamenta.
Segundo ela, no entanto, as internações em UTIs tem apresentado redução nos últimos dias, o que indica que a abertura de oferta das vacinas para toda a população contribuiu para diminuir a circulação do vírus.
— Temos ainda preocupação com as pessoas com maior vulnerabilidade que continuam internadas, mas foi importante ter havido a internação em leitos — complementa.
Sobre a morte de uma pessoa que havia tomado a vacina, ela explica que as doses nem sempre garantem a imunização completa, pois atuam de forma diferente em cada organismo. Ainda assim, garante que diminui o potencial de média de 80% a 85% dos riscos.
— É importante que a população entenda que a vacina não é uma proteção individual, além de a pessoa se autoimunizar, ainda impede que o vírus se espalhe para outras — afirma Caloni.
Confira o perfil das vítimas
01: mulher, 48 anos, não vacinada, com obesidade
02: mulher, 56 anos, não vacinada, imunodeficiente
03: mulher, 77 anos, vacinada, pneumopata
04: homem, 33 anos, não vacinado, sem fatores de risco
05: mulher, 69 anos, não vacinada, diabética e com insuficiência renal crônica.
Sem vacinas, resta a etiqueta respiratória
Devido à falta de doses da vacina, quem não se imunizou enquanto restava estoque nas UBSs agora só poderá se proteger com medidas de higienização constante que evitem a contaminação pelo vírus.
Os cuidados devem ser tomados especialmente por idosos, gestantes, crianças e outros perfis pertencentes aos grupos de risco.
Confira abaixo, algumas dicas de prevenção fornecidas pela Vigilância Epidemiológica
- Manter os ambientes ventilados.
- Higienizar as mãos com água e sabonete/sabão antes das refeições, após tossir, espirrar ou usar o banheiro.
- Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após tossir ou espirrar ou após contato com superfícies.
- Não compartilhar alimentos, copos, talheres, toalhas e objetos de uso pessoal.
- Proteger com lenços (preferencialmente descartáveis) a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, para evitar disseminação de gotículas das secreções. Na impossibilidade de serem usados lenços, recomenda-se proteger a face junto à dobra do cotovelo ao tossir ou espirrar.
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