O Hospital Geral (HG), de Caxias do Sul, foi habilitado pelo Ministério da Saúde como unidade de assistência de alta complexidade a pacientes portadores de obesidade grave. Na prática, a portaria nº 3.274, publicada no dia 29 de dezembro, permitirá que o hospital passe a fazer a cirurgia bariátrica e metabólica pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Conforme a assessoria do HG, o diretor-geral Sandro Junqueira participaria de reunião em Porto Alegre nesta semana para discutir detalhes sobre o credenciamento, entre eles a reestruturação da parte técnica do hospital.
Embora o número de procedimentos que poderão ser feitos na instituição ainda não esteja definido oficialmente, a resolução nº 66/2014, da Comissão Intergestores Bipartite/RS, ligada à Secretaria Estadual de Saúde, indica um norte. No parágrafo único do artigo 1º, o HG informava ter condições técnicas para realizar cinco procedimentos cirúrgicos por mês, excluindo-se as cirurgias reparadoras.
A resolução também destacava que o hospital seria referência para os 49 municípios atendidos pela 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ªCRS). Aguardando um levantamento da real necessidade de cada cidade pelas cirurgias bariátricas, a coordenadoria informou que até o ano passado havia cerca de 450 pacientes aguardando o procedimento.
Em Caxias do Sul, a Secretaria Municipal de Saúde contabiliza 110 pessoas na fila de espera. A porta de entrada para obesos mórbidos que necessitam de atendimento é a unidade básica de saúde (UBS). Além do encaminhamento cirúrgico, caso necessário, o município também presta serviços especializados de acompanhamento, como psicológico, por exemplo.
Atualmente, há cinco estabelecimentos de saúde que já realizam o procedimento pelo SUS no Estado _ os hospitais Conceição, Clínicas e da PUC, em Porto Alegre, o Universitário, de Canoas, e o Santo Ângelo, na cidade de mesmo nome, nas Missões.
Além de contar com uma equipe médica guiada por um cirurgião, o HG também precisou investir em equipamentos especiais, como de imagem, por exemplo, para fazer a cirurgia em pessoas com obesidade mórbida.
Os pacientes que se submeterem a cirurgia bariátrica estarão aptos a realizar cirurgia plástica reparadora após algum tempo, procedimento que também é autorizado pelo SUS desde que obedeça a critérios médicos.
Novo procedimento
Em decisão publicada no Diário Oficial no dia 1º de fevereiro, o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer aos brasileiros uma nova modalidade da cirurgia bariátrica, a videolaparoscopia. A modalidade é menos invasiva que a cirurgia tradicional pois envolve menos cortes e a recuperação do paciente chega a ser até 50% mais rápida. Enquanto na cirurgia aberta o paciente recebe um corte que varia de 15 a 30 centímetros no abdome, na videolaparoscopia são feitos de cinco a seis furos, de meio a um centímetro cada.
Entre os principais benefícios do procedimento estão menos riscos de complicações e infecções no pós-operatório. Além disso, a cirurgia aberta demanda de 30 a 60 dias de recuperação para o paciente voltar as atividades normais, de trabalho e lazer. Na videolaparoscopia são apenas 15 dias para a recuperação e, com 30 dias, a pessoa pode começar a fazer exercícios leves.