Mesmo atingida por um volume de 207 milímetros de chuva em apenas quatro dias – a média histórica para todo o mês de outubro é 172.8 milímetros –, Caxias do Sul teve poucos transtornos em comparação a outros anos de enxurradas semelhantes. Uma série de obras, especialmente os piscinões, fizeram com que a água fosse represada e fluísse em melhores condições para os arroios Tega e Dal Bó. A prefeitura, porém, reconhece que é necessário avançar na melhoria da infraestrutura, especialmente quanto à readequação de redes antigas.
– Estamos longe de dizer que os alagamentos estão resolvidos. O próximo prefeito precisa continuar investindo e muito nessa parte. Necessitamos readequar as redes antigas. Ao longo do tempo elas precisam ser trocadas por outras maiores. É um trabalho constante, que envolve muito tempo e dinheiro –pondera o titular da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, Norberto Soletti.
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Ele destaca que uma chuvarada intensa em 2012 forçou a construção dos chamados piscinões – o primeiro foi no bairro São José, seguido por outro no Pôr do Sol. Até o final deste ano, devem estar prontas as lagoas de contenção da Rua Visconde de Pelotas, próximo ao INSS, e o da Avenida Doutor Mário Lopes, no bairro Fátima Baixo.
– O piscinão é um grande reservatório, que trabalha a seco. Ele retém a velocidade das águas e vai soltando aos poucos para os canais principais, que ficam com nível mais baixo. Se estiverem cheios, alagam – explica Soletti.
Outras obras pontuais importantes foram executadas nos bairros Floresta (galeria para escoamento d'água), Desvio Rizzo (tubulações), Sagrada Família (tubulações), Jardim América (nova galeria), Esplanada (melhorias em tubulações), Monte Carmelo (nova rede) e Fátima (encanamentos), além de intervenções pontuais no Loteamento Vale Verde e no Campo dos Bugres.
A chuva também reabriu buracos em vias internas e estradas que cortam Caxias: nas principais ruas e avenidas de Caxias, foram usadas cerca de 10 toneladas de asfalto para cobrir dezenas de buracos abertos pelo temporal. Neste sábado, as equipes se concentram em terminar num trecho perimetral e no viaduto Campo dos Bugres, no entroncamento da RSC-453 com a Perimetral Sul, bairro Floresta.
Defesa Civil não recomenda estradas do interior
Duas estradas de chão que estavam sendo usadas como alternativa ao bloqueio da BR-116 (foto acima), entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis, tiveram o tráfego interrompido na sexta-feira. O trajeto da Linha Pirajá, via São José do Caí, apresenta rachaduras e desnível na pista, o que aumenta o risco de desmoronamento. O outro caminho, via Arroio da Paixão, estava liberado para veículos leves, mas foi bloqueado com a queda de uma barreira. Os dois acessos estão sinalizados.
Restaria uma alternativa: via Vila Olinda (Linha Stille Eck), que aumenta o percurso em cerca de 15 quilômetros. Segundo a prefeitura, a estrada suporta veículos leves. A Defesa Civil, porém, não recomenda a passagem por ali, pois há risco de desmoronamento e queda de árvores. Na tarde de sexta-feira, um caminhão caiu numa valeta e interrompeu o tráfego na estrada.
A alternativa mais segura para ir até Nova Petrópolis e cidades vizinhas, portanto, é usar a ERS-122 e a BR-116, via Novo Hamburgo, ou a Rota do Sol, via São Francisco de Paula. O bloqueio total da ligação entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis é uma precaução para evitar acidentes. Uma rachadura no km 178 da rodovia surgiu na segunda-feira e aumentou ao longo da semana. O Dnit deve contratar uma empresa para fazer o reparo, obra que pode levar de quatro a seis meses. Por esse motivo, não há previsão para liberação do trânsito na rodovia.
Alternativas
Pela BR-116, a distância entre Caxias e Nova Petrópolis é 34,8 quilômetros. A opção é usar outros caminhos, que aumentam consideravelmente o percurso.
Via São Francisco de Paula (214,9 km): siga pela Rota do Sol até São Francisco (137 quilômetros) e depois use a ERS-235 (são mais 77,9 km, passando por Gramado e Canela) até chegar a Nova Petrópolis.
Via ERS-122 e Novo Hamburgo (142,3 km): siga pela ERS-122 até a BR-116, em São Leopoldo (bairro Scharlau). Acesse a rodovia federal e siga até Novo Hamburgo. Esse trecho tem 95,9 km. De lá até Nova Petrópolis (passando por Estância Velha, Ivoti, Presidente Lucena e Picada Café, via 116), são mais 46,4 km.