O setor da construção civil de Caxias do Sul estagnou em 2015 e não projeta bons negócios para os próximos meses de 2016. A queda na metragem aprovada pela prefeitura para o setor foi de 28,47% em relação a 2014. Em 2015 foram liberados 947 mil m². Já 2014 superou 1,3 milhão de m². A baixa só não foi maior que o ano de 2009, quando o mundo viveu outra forte crise econômica, sentida principalmente no ramo imobiliário.
Os números apresentados no relatório mensal da Secretaria de Urbanismo apontam que janeiro e fevereiro não alcançaram metade da metragem média esperada. O resultado dessa retração são quase 300 postos de trabalho fechados no setor em 2015. E mais: entidades ligadas ao setor apontam para o aumento no preços dos imóveis a partir de abril. Os dirigentes não arriscam um índice no reajuste, mas justificam a medida explicando que, com menos lançamentos, os imóveis serão valorizados, chegando ao mercado com preços mais altos.
A queda no número de novos lançamentos em Caxias se equipara ao nacional, representando diminuição de cerca de 30% segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Caxias do Sul (Sinduscon), Volnei Luiz Sebben. No Brasil, a média é de 31%. A tendência é de que os poucos empreendimentos a serem lançados sejam residenciais, já que são menos dependentes da situação econômica do que comerciais. E é esta redução da demanda das construtoras que fará o preço do imóvel subir, segundo o presidente da Associação das Imobiliárias de Caxias do Sul (Assimob), Fernando Gonçalves dos Reis. A entidade afirma que os preços estabilizaram em julho do ano passado. Nas regiões mais nobres da cidade, como Centro, São Pelegrino e Lourdes, já apresentaram crescimento.
- Mesmo os imóveis usados, com a redução no volume de lançamentos, devem sofrer uma majoração nos próximos meses - informa Reis.
O vice-presidente do Sinduscon no Rio Grande do Sul, Rafael Rihl Tregansin, afirma que não há espaço para redução dos preços a partir de agora, tendo em vista que grande parte da aquisição de insumos é feita em dólar, como aço, cimento, tintas e outros elementos.
- No entanto, as empresas estão aceitando formas de pagamento que antes não eram consideradas. Se o cliente interessado tem um carro que deseja incluir no negócio, por exemplo, será avaliado com cuidado. Estamos mais flexíveis, mas sem redução de valores - pontua.
Setor imobiliário
Com menos lançamentos previstos, imóveis em Caxias do Sul devem ficar mais caros
A queda da metragem aprovada para construção na cidade reduziu quase 30% em 2015
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