Caxias do Sul teve um 2015 marcado por crimes bárbaros, obras impactantes na área central da cidade, escolha de uma soberana e esperança no quesito mobilidade.
A retrospectiva do Pioneiro divide em alguns itens o que tomou conta dos noticiários e influenciou o cotidiano dos caxienses.
VIOLÊNCIA SEM FIM
Caxias do Sul foi palco de crimes bárbaros como há muito tempo não se via. Em julho, a estudante Ana Clara Benin Adami, 11 anos, morreu após ser baleada por um homem numa rua do bairro Pio X, crime ainda sem explicação. Em novembro, Simone Maria Almeida da Costa, 40, e a neta Emili, dois, foram mortas a facadas dentro de uma casa no Fátima Baixo. No Vila Amélia, para evitar a cobrança de uma dívida, uma mulher matou a vizinha Clair de Fátima Rech, 52. A guerra pelo tráfico de drogas também arrastou muitas vida e provocou uma das maiores operações policiais da história da Vila do Cemitério: 160 agentes da Polícia Civil prenderam integrantes de quadrilhas rivais responsáveis por cinco homicídios. Até a tarde de quarta-feira, a cidade somava113 assassinatos.
SIM CAXIAS IMPACTA O CENTRO
Com a promessa de modernizar o transporte coletivo e desafogar o trânsito, as obras do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM Caxias) alteraram a rotina de Caxias do Sul. Durante meses, as intervenções para a concretagem dos corredores de ônibus na Sinimbu e Pinheiro Machado provocaram tranqueiras de São Pelegrino a Lourdes. Ficou mais complicado quando as máquinas avançaram para ligações entre o Centro e a Zona Norte, caso das ruas Moreira César e Pio XII. Diante das reclamações e alguns acidentes, a prefeitura criou um canal para tirar dúvidas e ampliou a sinalização. O ano termina com poucas obras pendentes e o SIM encaminhado para um período de testes em janeiro. A inauguração do sistema está prevista para o primeiro trimestre de 2016. O objetivo melhorar o transporte público, diminuindo em 20% o tempo de viagem e implantar a tarifa única (um passageiro usa dois ônibus, mas paga uma única passagem).
MAESA É PATRIMÔNIO HISTÓRICO
O futuro da antiga fábrica 2 da Metalúrgica Abramo Eberle, o Complexo Maesa, começou a ser desenhado em janeiro de 2015, quando o prefeito declarou que o prédio é patrimônio histórico de Caxias do Sul, cujo processo ainda está em andamento. O uso do espaço de aproximadamente 53 mil metros quadrados, cedido pelo Estado no fim de 2014, foi pauta da Secretaria Municipal da Cultura ao longo de todo o ano. Uma Comissão Especial para Análise de Uso do Prédio foi constituída por entidades que elencaram pelo menos 14 sugestões de ocupação, com base escaneamento digital do prédio. O mercado público é prioridade.
FESTA DA UVA ELEGE RAINHA
A médica Rafaelle Galiotto Furlan foi eleita rainha da Festa da Uva de 2016 na noite de 5 de setembro, em evento nos Pavilhões, com público estimado em 9 mil pessoas. São as princesas da próxima edição a administradora Laura Denardi Fritz e a publicitária Patrícia Piccoli Zanrosso. No total, foram 20 jovens disputando a coroa, em quase quatro meses de preparação no pré-concurso.
O trio começou a divulgação da Festa, que ocorre de 18 de fevereiro a 6 de março, em eventos espalhados por todo país. A organização divulgou as principais atrações do evento, e estão entre elas Anitta, Armandinho, Capital Inicial, Chitãozinho & Xororó, Fábio Jr., Michel Teló, Revelação, Sandy e Victor & Leo.
PLÁCIDO DE CASTRO E OS DESFILES
A Plácido de Castro, rua que contorna a Maesa, começou 2015 envolvida em polêmica, ao ter o asfaltamento anunciado pela prefeitura. A decisão desagradou parte da comunidade, que protestou por entender que a obra descaracteriza o aspecto histórico.
Asfaltado, o endereço passou a sediar os desfiles de carnaval, de 7 de setembro e o Farroupilha. O desfile cênico da Festa da Uva também será ali. A rua, portanto, se consagra como aposta da prefeitura para apresentações deste porte.
ESTRADAS ESPERAM INICIATIVAS
Em um ano, reparos emergenciais garantiram a sobrevida das principais rodovias da Serra Gaúcha, mas as estradas ainda carecem de iniciativas substanciais. Um alento ocorreu na Rota do Sol (RSC-453): como o Crema Serra finalmente andou, 53 quilômetros entre Caxias e Lajeado Grande foram totalmente recuperados, com asfalto e pintura novos. A obra chegou a parar entre início de setembro e final de novembro, porque o Daer atrasou o pagamento para a Traçado, responsável pela execução. A recuperação da extensão seguinte, entre Lajeado Grande e Tainhas, vai demorar. O começo depende da revisão do projeto, que deve levar três meses. A obra pertence ao Programa Restauro, financiado pelo Banco Mundial (Bird), e já tem recursos disponíveis.
Enquanto isso, a duplicação da ERS-122 entre Farroupilha e São Vendelino, da RSC-453 entre Farroupilha e Bento Gonçalves e da BR-470 entre Carlos Barbosa e Bento não andou. O DNIT prometeu rotatória para o Trevo da Telasul e a iniciativa privada assumiu as obras no Trevo da Tramontina. Os resultados práticos ficaram para 2016.
VILA OLIVA EM COMPASSO DE ESPERA
A principal esperança para que o aeroporto de Vila Oliva saia do papel surgiu no final de 2015: o então ministro da Secretaria da Aviação Civil (SAC), Eliseu Padilha, autorizou a outorga do projeto à prefeitura de Caxias do Sul. Como as tratativas não andaram sob a tutela de Estado e governo federal, a ideia é que o município possa finalmente licitar a contratação de empresa para elaborar o projeto executivo. A prefeitura encaminhou documentação necessária à outorga, mas agora aguarda as definições da nova gestão da SAC.
Também em 2015, fundos internacionais surgiram como interessados em injetar dinheiro no projeto, entre eles a subsidiária sul-coreana Hyundai Engenharia e Construção, parte do grupo Hyundai. Segundo o presidente da CIC, Nelson Sbabo, são seis interessados. O atual terminal caxiense, o Hugo Cantergiani, operou apenas de forma visual entre fevereiro e março, por causa do problemas com o barômetro. A empresa responsável pela sala-rádio começou a troca de equipamentos muito antigos.