Apesar de conviverem com tragédias, os moradores da Curva da Morte, no Km 47 da ERS-122, em Farroupilha, estão acostumados com o lugar. João Carlos Menti, 45 anos, já assistiu a muita coisa, assim como o tio, Adelino Menti, morador do outro lado da rodovia. Apesar disso, João Carlos e a mulher, Lealdina Wulff, 28, pensam igual ao tio dele: jamais pensaram em buscar outro endereço para criar as três filhas (Tainá, cinco anos, e as gêmeas Maísa e Milena, quatro).
- No começo claro que dava medo, mas o cara meio que se acostuma - aponta o agricultor.
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A moradia de João Carlos fica à esquerda da ERS-122, no sentido de quem sobe a Farroupilha. Conta que já viu caminhões perderem o controle na descida, em direção a Porto Alegre, antes mesmo de chegar à curva, e despencarem no barranco próximo à moradia dele, que jamais foi atingida. Em outros casos, a carga faz os veículos penderem após vencer a curva, também na descida. Na última vez que ele viu, era um carregamento de papel.
Além da vontade de permanecer por ali, João Carlos tem outro ponto de vista em comum com o tio: acredita que a construção de uma viaduto para eliminar a Curva da Morte, ideia proposta pelo governo do Estado no ano passado, não diminuiria o índice de acidentes. Pelo contrário: os moradores temem que caminhões possam despencar.
- Acho que o viaduto não resolveria muita coisa. Às vezes o caminhão se perde antes mesmo de chegar na curva - relata João Carlos.
*colaboraram André Fiedler (Rádio Gaúcha Serra) e Jean Prado (RBS TV)
Serra Imobilizada
Testemunha de tragédias, família não pensa em deixar a Curva da Morte, em Farroupilha
O Km 47 da ERS-122 é um dos mais complicados na descida em direção a Porto Alegre, especialmente para caminhões
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