A menos de seis meses do fim do prazo, Caxias do Sul está longe de definir o futuro do complexo da Metalúrgica Abramo Eberle SA (Maesa). Caso um projeto detalhado de ocupação, uso e gestão do imóvel não seja apresentado ao governo do Estado até o dia 8 de dezembro, o município perde a doação e a estrutura volta a ser propriedade estadual.
Até agora, quando se aproxima a sexta reunião da Comissão Especial para Análise de Uso do Prédio da Maesa, nada de concreto foi definido. Segundo o representante da Associação de Engenheiros, Arquitetos, Agrônomos, Químicos e Geólogos de Caxias (Seaaq), Orlando Michelli, há consenso quanto a três estruturas que podem ser instaladas no complexo: um museu do trabalho e da indústria, aproveitando os equipamentos ainda existentes no espaço; gastronomia, que pode ser contemplada com um mercado público; e uma grande área de lazer ao ar livre.
Em reunião almoço da Câmara da Indústria e Comércio (CIC) de Caxias nesta semana, a secretária municipal de Cultura, Rúbia Frizzo, apresentou um plano de necessidades elaborado pela comissão, apontando possibilidades de uso da Maesa. A lista apresenta mais de dez áreas que podem ser contempladas no complexo, mas a secretária não detalhou como isso seria feito ou se há projetos em andamento para cada demanda. O Pioneiro tentou entrar em contato com Rúbia para detalhar o andamento do trabalho, mas não obteve retorno.
A Lei estadual 14.617, que oficializou a doação do complexo da Maesa a Caxias do Sul, deixa claro no artigo 3 que o município deve apresentar ao Executivo estadual, em um ano a partir da transferência do imóvel, "projeto detalhado de ocupação, uso e gestão do referido imóvel, com discriminação de ações e de prazos de execução". A legislação determina que se o documento não for entregue, o Estado retoma o prédio.
Para o representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo na comissão, Carlos Eduardo Pedone, os seis meses que o grupo ainda tem para elaborar o plano de ocupação são suficientes. De acordo com ele, diversos pontos importantes já estão encaminhados, como estudo de impacto de vizinhança, programa de necessidades e estudo de sustentabilidade.
- Teve um momento inicial de sensibilização dos membros para o tipo de trabalho que tem que ser feito. Agora está todo mundo bem envolvido - garante Pedone.
No dia 29, às 16h, acontece o Seminário Maesa: Preservação, Restauro e Uso na sala de cinema do Centro de Cultura Ordovás. Para participar, é preciso se inscrever pelo e-mail comunicacaocultura@caxias.rs.gov.br ou pelos telefones 3901.1288 ou 3901.1386. A organização pede a doação de um quilo de alimento ou ração na entrada.
Patrimônio histórico
A menos de seis meses do prazo, Caxias não tem planos concretos para a Maesa
Um projeto detalhado de ocupação, uso e gestão deve ser apresentado ao Estado até 8 de dezembro
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