Manutenção da nova UPA de Bento Gonçalves terá de ser permanente

Há dois anos, moradores de Bento Gonçalves que transitam pela Rua Goiânia, no bairro Botafogo, enxergam o prédio da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) praticamente pronto. Avistam uma estrutura bonita, nova, espaçosa, porém, fechada. Pela quarta vez, a inauguração da UPA de porte 3 será adiada. A prefeitura já divulgou abertura em março, novembro e dezembro de 2014. A última previsão era para este mês. A obra está 98% concluída, segundo a prefeitura. No entanto, esses 2% que restam para o espaço abrir e atender o público estão sendo um entrave difícil de resolver e que se arrastam desde que o prefeito Guilherme Pasin (PP) assumiu a obra. São problemas estruturais de um prédio que nunca foi usado que provocam dor de cabeça e prejuízo à administração.

- É uma bomba-relógio. Vamos conseguir inaugurar, mas os problemas que existem hoje aqui não são momentâneos. Temos manutenção mensal para sempre. Não há conserto que se possa fazer e resolver, são medidas paliativas, apenas - desabafa o assessor de gabinete e responsável pela obra, Jaime Galvagni.

Um rápido passeio pela UPA permite ver defeitos estruturais. Há desníveis no chão, rachaduras e bolhas pelas paredes, móveis mofados devido à umidade. Praticamente todas as portas precisaram ser removidas no último mês para que cadeirantes possam acessar os consultórios. Dentro dos armários pendurados pelas salas, originalmente planejados para os médicos guardarem material de consultas, há registros de água. A tubulação precisou ser refeita, afirma Galvagni, porque a água quente não chegava às torneiras. Os móveis, guardados no prédio desde 2012, foram recuperados pela fabricante. 

- O pesadelo está acabando. Ao menos este de entregar a obra. A manutenção é a próxima etapa - prevê Galvagni.

A prefeitura agora planeja que a unidade entre em operação até junho. Antes é preciso finalizar a instalação da fiação elétrica e de equipamentos, encaixotados desde 2012 no Pronto Atendimento 24h, prédio vizinho à UPA.

- Resta saber se os aparelhos vão funcionar, já que nunca foram testados nem utilizados - diz Galvagni.

Enquanto a nova unidade não abre, os pacientes são atendidos em salas dispostas em um único corredor no Plantão 24H. O prédio foi construído na década de 1950 e está com a estrutura comprometida. Quando a UPA estiver operando, os atendimentos do Postão serão transferidos e os 121 profissionais, realocados. O velho Postão passará por reforma e depois abrigará outros serviços de saúde.