Santa Lúcia do Piaí, comunidade do interior de Caxias do Sul, já foi sacudida em outras épocas por roubos a banco e crimes ocasionais. Mas a sequência de atos de vandalismo, que chegou ao auge nesta quinta-feira, mostra que o distrito vive uma insegurança anormal para os padrões de vida dos quase 4 mil moradores.
O chafariz da praça central da comunidade amanheceu com quatro estátuas quebradas. Vândalos não identificados derrubaram as esculturas de pedra dentro da água. Cada peça media cerca de um metro de altura.
O ataque incomoda porque a praça é referência para encontros de famílias e festas comunitárias, e também adorna a Igreja Matriz onde ocorrem as missas de final de semana. Santa Lúcia do Piaí tem como base econômica a produção de hortifrutigranjeiros. Boa parte dos moradores trabalha em propriedades rurais, e o restante, no comércio local. Não é, portanto, uma região acostumada a um delito típico da cidade.
- Foi a gota d'água. A destruição do chafariz é o ápice de diversas situações de vandalismo que estão ocorrendo aqui - desabafa o subprefeito do distrito, João Carlos Giordani.
Conforme Giordani, a depredação já atingiu placas de trânsito dentro da área urbana e nas estradas rurais. Há também registros de bancos e lixeiras quebrados no distrito. Caroline Klagenberg, que registrou a imagem do chafariz destruído, está assustada:
- Até o final do ano passado estava bem tranquilo. A patrulha rural passava mais constantemente e as pessoas iam passar o tempo na praça. Isso está deixando de acontecer.
Não há suspeitos do vandalismo, mas quatro jovens foram vistos circulando na tarde e na noite de quarta-feira pela pra central.
- Também está havendo consumo de drogas nas proximidades do colégio, e tem gente sendo ameaçada por tentar reprimir esse tipo de situação - complementa Giordani.
O subprefeito acredita que blitze e abordagens mais frequentes poderiam intimidar vândalos e usuários de drogas. Ele pretende oficializar o pedido em uma reunião com a Brigada Militar (BM).
Comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar, o tenente-coronel Ronaldo Buss garante que o policiamento na zona rural e em comunidades é realizado por duas equipes diferentes.
- Quando uma equipe sai de uma localidade para ir a outra é possível que ocorra uma lacuna, mas o serviço é mantido normalmente e não houve mudanças. É importante que as comunidades oficializem esse tipo de problema para que a BM tenha conhecimento e possa agir - reitera o comandante.
Insegurança no interior
"A destruição é o ápice", diz subprefeito de Santa Lúcia do Piaí, em Caxias
Sequência de vandalismo chegou ao auge com estátuas quebradas no chafariz da praça central
Adriano Duarte
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