A polêmica em torno do asfaltamento da rua Plácido de Castro tem ganhado força em ritmo mais acelerado que as obras de pavimentação. Após a declaração do prefeito Alceu Barbosa Velho sobre preconceito com o carnaval, o grupo Faço Parte Maesa lembrou novamente que não é contra o desfile, apenas contra a realização da obra sem os devidos estudos, projetos e licenças. Por isso, defendem que o tema seja debatido.
- O Faço Parte de maneira alguma é contra o carnaval. A gente reverencia a expressão cultural que ele representa. Eles (o município) que estão tendo um comportamento preconceituoso porque jogaram em cima da hora o carnaval para a Plácido - afirma a integrante do grupo, Vera Mari Damian.
O grupo questiona a forma como a obra é conduzida, já que a ideia de transferir o desfile para a Plácido teria surgido em 2010. No fim da festa do ano passado o assessor jurídico da Associação Carnavalesca, Elói Frizzo, anunciou que a edição seguinte já seria realizada ao lado da Maesa.
- Se essa era a promessa, por que deixaram para fazer a obra há um mês do carnaval? O desrespeito com os carnavalescos é da Prefeitura. Tentar jogar os movimentos organizados contra os carnavalescos é uma atitude muito deselegante do prefeito - diz Vera.
Um abaixo-assinado contra o asfaltamento da rua Plácido de Castro foi entregue na tarde desta quarta-feira à Promotoria de Justiça Especializada de Caxias do Sul. De acordo com o grupo Faço Parte Maesa, foram 91 assinaturas. A expectativa é que a promotora Janaína de Carli dos Santos avalie o documento até o fim de semana.
O texto do abaixo-assinado pede o adiamento da pavimentação até a elaboração dos laudos necessários. O documento lembra que não há projeto para a obra, cujo impacto no trânsito não foi analisado pela Secretaria Municipal de Transportes. Do ponto de vista ambiental, o asfaltamento não teria licença e não teriam sido considerados aspectos como poluição sonora, o prejuízo às nascentes que abastecem o lago interno da Maesa e aos ninhos de pássaros existentes no trecho.
