Gilberto Blume: Quem quer segundo turno?

Faltam exatos 20 dias para a eleição e a única coisa que dá para tomar como certo é que haverá segundo turno para presidente e governador.

Alguém aí exclamou "será?"

A dúvida não é totalmente absurda, visto que a campanha está mais para roteiro de filme do que para eleição - tudo pode acontecer, inclusive mais nada.

Tem gente que torce o nariz para o sistema, especialmente porque a insossa campanha se alonga, mas a adoção do segundo turno representa enorme possibilidade que temos de qualificar os governantes. Não, absolutamente não: os segundos turnos até agora encenados não foram determinantes para que conseguíssemos colocar lá O Homem ou A Mulher.

Até agora, combinemos, elegemos apenas O Menos Pior ou A Menos Pior.

O atual bufê de opções mostra que ainda não será desta vez que daremos o pulo do gato. Parecemos condenados a sempre votar entre o menos pior ou a menos pior. A culpa não é nossa se os candidatos atuais são desgraçadamente semelhantes entre si e tão parecidos com a turma que desde sempre nos governa. Mesmo que os partidos sejam diferentes, mesmo que as caras mudem, o discurso parece xerocado de uma campanha para outra.

Alguém aí disse que a culpa é nossa, sim?

Vá lá, que seja, mas o que fazer?

O segundo turno.

Chega a ser surpreendente que neste país de conveniências algum espertalhão de plantão ainda não tenha tentado acabar com o segundo turno, ferramenta declaradamente a serviço do povo. Combinemos, ferramentas declaradamente a serviço do povo nem sempre são vistas com simpatia nos gabinetes.

Bem, como dizia lá no alto, faltam 20 dias para a eleição. O segundo turno sempre será o período em que os candidatos têm a oportunidade de explicar COMO pretendem implantar as promessas de campanha.

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O acidente num cruzamento central que resultou numa garota morta reúne dois ingredientes que são tratados com normalidade tanto pela legislação como pela Justiça: embriaguez e menor conduzindo carro. Não pode, mas como não dá nada...