Antes de ingressar no assunto propriamente, cabe lembrá-los de que raramente emprego o termo motorista. Os 17 leitores que me acompanham bem sabem: a preferência será sempre para condutor.
A razão é solar: motorista é profissão, assumida por quem conhece o riscado, pois. Condutor somos eu mais a maioria de nós que somente conduzimos um carro para os lugares que desejamos ir. Esse é o assunto de hoje, a péssima condução que muitos de nós praticamos. Portanto, os motoristas que honram a profissão podem seguir adiante sossegados. Os bons condutores também.
Pisca-pisca é ferramenta praticamente em extinção. Pior, tem muito condutor que sequer foi apresentado ao pisca-pisca. Você já deve ter experimentado semelhanças: você está parado no cruzamento, esperando atravessar, a coisa está complicada, o fluxo não para, não sobra brecha para avançar. Daí que um condutor se aproxima e pá!, dobra a esquina bem nas suas fuças - sem ligar o pisca. Caso o condutor tivesse dado pisca, abria-se a brecha para você atravessar. Eu, particularmente, sempre vislumbro um risinho de deboche na cara do condutor sem-pisca.
Dá vontade de descalçar o tênis e arremessá-lo no condutor, não dá? Ando meio sem paciência. Quando estou conduzindo, buzino para quem atrapalha a vida de quem transita. Buzinar é péssimo, sei, equivale a um palavrão, mas.
Mas emitir um palavrão genérico (ou uma buzinada) são praticamente nada diante do que se vê por aí.
Os maus condutores ganharam um parquinho de diversões no centro. As conversões proibidas na Júlio e na Sinimbu estão sendo solenemente ignoradas por um bocado de condutores. O "bacana" é que nesses pontos dá para aplicar dupla infração numa só manobra: dobrar em esquina proibida sem sequer ligar o pisca.
Experimente buzinar para um sem noção desses para ver a cascata de impropérios que se abaterá sobre você.
Opinião
Gilberto Blume: Pisca-pisca é ferramenta praticamente em extinção
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