Furtos no Cemitério Público Municipal são frequentes há mais de dez anos. No entanto, desde 2013, os casos são ainda mais escancarados. A aposentada Maria Antonieta Zanella, 58 anos, é uma das vítimas. No Dia de Finados do ano passado, ela deparou com a falta de uma estátua de mármore branco medindo 1,6 metro. A peça adornava o túmulo da família Zanella, que fica próximo da capela central. Ao procurar a administração do Cemitério, foi orientada a registrar ocorrência.
Maria foi até a Brigada Militar e detalhou minuciosamente a estátua. Saiu sem o boletim impresso e retornou dias depois para buscá-lo. Com o papel em mãos, percebeu que nenhuma das características que passou ao policial estavam no boletim. Decidiu ir até o plantão da polícia civil e adicionar informações no documento.
- Eles acharam que eu estava procurando bobagem, mas como iam saber qual era a minha estátua sem os detalhes?- questiona Maria.
O registro foi confeccionado dia 10 de novembro. Dias depois, um inspetor telefonou para Maria e perguntou se ela havia recuperado a estátua.
- Quando eu disse que não, ele falou 'então sinto muito, mas temos assuntos mais graves e furto em cemitério não é prioridade. A senhora não vai recuperar a estátua' - lembra a aposentada.
Maria nunca mais foi procurada pela polícia. Inconformada, descobriu outros casos entre a vizinhança, todos sem solução.
O delegado do 1º DP, Vitor Carnaúba, disse que analisou o BO de Maria, mas o crime não foi investigado pela falta de pistas e testemunhas:
- É quase impossível encontrar um objeto desses. É o mesmo criminoso que rouba hidrômetros, semáforos, placas de veículos, itens facilmente trocados por drogas.
Segundo ele, há poucos registros de furto no cemitério no 1º DP. A titular do 2ª DP, Thaís Postiglione, não recebeu BO algum do cemitério nos últimos 12 meses.
Vandalismo
Furtos no Cemitério Público de Caxias não são prioridade da polícia
Aposentada teve estátua de 1,6 metro furtada, registrou ocorrência e não conseguiu recuperá-la
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