Obras de cercamento do Monumento ao Imigrante, em Caxias, ainda não começaram

No dia 28 de fevereiro deste ano, o Monumento Nacional ao Imigrante completou 60 anos. Situado à beira da BR-116, no bairro Petrópolis, a criação do escultor Antonio Caringi atrai a atenção de turistas e turmas escolares guiadas por professores em busca da história da imigração italiana no município. O que muita gente não sabe é que as visitas não se restringem à escultura e ao museu abaixo do casal de desbravadores. O largo ao entorno do obelisco, suas muretas e a vegetação aos fundos se tornaram pontos de encontros sexuais e de drogados.

De acordo com a diretora de Memória e Patrimônio Histórico do município, Liliana Henrichs, essas visitas indesejáveis ocorrem principalmente após o fechamento do museu, às 17h. Para proteger o lugar do mau uso público, obras de cercamento foram anunciadas em fevereiro e previstas para março. Mas até agora o único sinal de cercas são as estacas que delimitam o perímetro.

- O cercamento é uma condição imposta pela época em que vivemos. Com ele, se coloca limite onde não tem limite. Principalmente, se tratando da preservação de um patrimônio histórico. Dessa forma, a cerca é o limite - afirma Liliana.

Gilberto Boschetti, secretário municipal do Planejamento, explica que a obra atrasou devido à desapropriação de uma área ao lado do ponto turístico. De acordo com Boschetti, a Seplan aguarda decisão judicial para a reintegração de posso da área pelo município.

- O contrato para a obra já estava pronto, mas a equipe técnica da secretaria entendeu que poderíamos incluir o terreno invadido no cercamento, que representa 30% de área do perímetro. Teríamos de começar o trabalho e parar no meio. Então, resolvemos esperar até a reintegração de posse.

O secretário explica que a expectativa era de que a decisão judicial fosse emitida até abril, o que não aconteceu. Enquanto isso, as estacas que demarcam o perímetro continuam lá, esperando a obra.

O projeto para a revitalização do Monumento ao Imigrante existe desde 2004. Em 2009, o o estacionamento foi entregue à comunidade. Além de um parque infantil e lojas de souvenires, estava previsto a construção de uma passarela sobre a BR-116, ligando o monumento ao Largo Getúlio Vargas.