Revitalização da Praça Dante Alighieri, em Caxias do Sul, completa 10 anos no dia 23 de janeiro

O próximo dia 23 de janeiro marca os 10 anos de entrega das reformas da Praça Dante Alighieri, em Caxias do Sul. A terceira grande revitalização do espaço, iniciada em setembro de 2003, durou quatro meses e foi envolta em muita discussão e polêmica.

Titular da Secretaria Municipal de Planejamento à época, o engenheiro agrônomo Mauro Cirne foi quem esteve à frente do projeto, que envolveu o polêmico corte de 60 árvores - a maioria ligustros, a abertura do calçadão na Avenida Júlio de Castilhos para a passagem de veículos e o cercamento total do quarteirão para a execução dos trabalhos.

- Fizemos o que tinha de ser feito. A praça estava muito degradada, as árvores estavam decrépitas e, em função de sua constituição, provocavam um grande sombreamento sobre toda a praça, o que no final das contas deixava o lugar escuro e inseguro para a população - recordou.

Conforme o ex-secretário, ao contrário do que se afirmou na época, o projeto não foi feito à revelida da sociedade. Segundo Cirne, foram realizadas audiências públicas na Casa da Cultura e com a Associação de Moradores do Centro, que teriam concordado com a necessidade de melhorias. Ainda conforme o agrônomo, o projeto da nova Dante foi inspirado nas características da década de 1940, quando a praça tinha canteiros e iluminação rebaixados, poucos obstáculos e bastante espaço para a circulação de pessoas. 

- Todo dia havia críticas. Havia muito leigo falando sem ter conhecimento sobre o assunto. Hoje, afirmo que a praça tem três vezes mais área foliar (soma do espaço ocupados pelas folhas das árvores) do que antes, mais sombra, mais bancos, mais espaço para os pedestres caminharem. Não importa o que houve no passado, as críticas, os problemas. Foi um trabalho bem feito e que recebeu o reconhecimento da população - conclui. 

Entre a comunidade que frequenta a praça, as manifestações são carinhosas, embora permeadas por reivindicação de novas melhorias. Prostituição, comércio de ambulantes, sujeira causadas pelos pombos são as principais reclamações. A fiscalização não é a única solução. O consenso é de que é preciso ocupar o lugar com atividades culturais e devolver a praça para à sua verdadeira dona: a população de Caxias do Sul.