Uma mudança na identidade visual da loja instalada no casarão da esquina da Rua Feijó Júnior com a Avenida Júlio de Castilhos, no bairro São Pelegrino, acabou no centro das discussões sobre arte de rua nas redes sociais. Desde sábado, quando o prédio foi pintado de rosa, o enorme grafite de 15m x 7m, do grafiteiro e artista plástico Fabio Panone Lopes, é apenas uma lembrança. Internautas e seguidores do perfil do artista no Facebook discordaram da medida, alegando que a cidade perdeu mais um exemplar de street art.
Arraste o mouse e confira o antes e depois no slider. As fotos são de Fábio Panone Lopes, divulgação, e Daniela Xu, Agência RBS:
- Eu entendo que o grafite está em espaço público, e a arte é efêmera. Hoje está lá, amanhã pode ser apagado. Isso é normal, tenho diversas artes ja apagadas na cidade - resigna-se.
Conforme a gerente administrativa da loja Misslu, Juliana Cerpa, a direção optou por mudar a identidade visual em função de uma readequação de público.
- A loja é rosa por dentro, então resolvemos pintar dessa cor por fora também. Todo ano, a identidade visual é modificada, chegamos a pensar em bordô. No próximo faremos algo em rosa, mesclado com algum grafite - explicou.
Lopes executou o grafite há um ano, com o auxílio de mais três artistas, a partir de uma encomenda dos proprietários da Misslu.
- Era uma das obras que eu mais gostava, fiquei surpreso. Ainda mais voltando de uma viagem de quase 30 dias pintando nos Estados Unidos - completou Fábio, que soube pelos donos de um fusca (também grafitado por ele) que possuem um bar em frente.
O artista se diz consciente de que o proprietário faz o que quer:
- O mais gratificante é saber que o grafite ali fez história e marcou para muitos. É o que me motiva a seguir pintando mais e mais, mesmo que as pessoas contratem minha arte para apagar no dia seguinte. A única coisa que me agrada é saber que a nova cor é rosa, logo no outubro - salienta, referindo-se ao Outubro Rosa e às campanhas de prevenção ao câncer de mama.
Novo visual
Grafite é apagado de loja, no bairro São Pelegrino, em Caxias
Artista Fábio Panone Lopes avalia que arte de rua é efêmera, mas ficou surpreso
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