A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) de Caxias do Sul quer saber se podas que a Rio Grande Energia (RGE) executou em Ana Rech no dia 24 de maio foram monitoradas por um responsável técnico e o nome desse profissional.
No dia 13 de junho, o Pioneiro publicou matéria sobre o assunto. Na ocasião, a moradora Ilussara Pioner Furlanetto denunciou que o serviço havia sido irregular, pois os cortes tinham mutilado as árvores perto de casa dela, debaixo da rede elétrica.
Vistorias da Semma na estrada velha Ana Rech-Vila Seca apontaram indícios de que a poda não teve acompanhamento técnico, o que, segundo a secretaria, descumpre o alvará de licenciamento que a empresa possui, concedido pelo Departamento de Florestas e Áreas Protegidas da Secretaria do Meio Ambiente do Estado. O serviço deveria ter sido monitorado por um biólogo, agrônomo ou engenheiro florestal.
- Não teve cortes da forma correta, foram feitos de forma reta. Como se cortasse uma árvore bem retinha. Quando se corta assim, ela fica sem nenhum ângulo para escoar a água. Fica recebendo a água direto. Isso facilita a entrada de parasitas. Fora isso, havia algumas árvores em que o tronco principal estava cortado. A gente sempre corta galhos e não o tronco - explicou a bióloga da Semma, Vanise Sebben, que elaborou um parecer.
Em junho, a concessionária já tinha sido notificada a dar explicações sobre o procedimento. Em resposta, sustentou que o serviço estava correto. Nessa semana, com base no parecer da bióloga, a Semma notificou novamente a RGE, desta vez para que informe qual profissional acompanhou o trabalho. A empresa tem dez dias para responder, a partir do recebimento da notificação. As respostas serão avaliadas pelo setor jurídico da secretaria.
Na quinta-feira, o Pioneiro obteve com a RGE a confirmação de que não havia responsável técnico presente durante a poda do dia 24 de maio. Porém, para a empresa, isso não é ilegal (leia abaixo o posicionamento da RGE).
Conforme Vanise, as podas ocorreram em uma área de extensão de 320 metros, atingindo cerca de 80 árvores. A maioria eram exóticas, como ligustros. Independentemente disso, era necessário o acompanhamento técnico, de acordo com ela. Mas havia espécies nativas também.
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