Os sábados sob sol e chuva, dedicados a preparar cimento, assentar tijolos e erguer paredes se transformaram em frustração. Durante meses, moradores de Vila Seca reuniram esforços para recolher materiais de construção e dinheiro para construir uma casa para os policiais comunitários. Porém, há mais de um ano, a moradia está desabitada.
Entre a comunidade, corre a informação de que os brigadianos não querem se mudar para Vila Seca por não encontrar trabalho para as esposas. Outros suspeitam que os PMs não desejem viver no interior por não poder aliar a jornada aos "bicos", hábito que não é orientação da Brigada Militar.
Subprefeito entre 1997 e 2004, Nei Carlos Zanette, 46 anos, foi um dos organizadores dos mutirões e é um dos que mais lamentam a desocupação.
- Nos sentimos desmotivados a fazer outra coisa, porque nos mobilizamos e agora não há ninguém morando - desabafa.
A residência fica na Rua Otávio Medeiros e tem duas moradias separadas. Cada uma tem dois quartos, banheiro e sala e cozinha conjugados. No porão, há espaço para pelo menos quatro carros. O terreno foi cedido pelo município.
Além de Vila Seca, Vila Cristina e Santa Lúcia do Piaí construíram casas para policiais militares com ajuda da comunidade.
Em Vila Cristina, há duas, apenas uma ocupada por PM comunitário, conta o presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Vila Cristina, Antônio Baltazar Rauber.
Em Santa Lúcia do Piaí, as duas moradias estão vazias. O subprefeito em exercício até dezembro passado, Ronei Bandeira, conta que não há PMs comunitários morando ali há mais de um ano.
O capitão Lucio Henrique de Castilhos Alencastro responde pelo 12º Batalhão de Polícia Militar durante as férias do titular, Jorge Emerson Ribas, e disse que o policiamento comunitário deve ser tratado com o major.
Policiamento no interior
Moradores de distritos pedem a ocupação de casas que ajudaram a construir para brigadianos
Em Vila Seca, por exemplo, moradia está vazia há mais de um ano
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