Um grupo de senegaleses que trabalha em Caxias do Sul promoverá nesta terça-feira, dia 1º de janeiro, uma confraternização no salão paroquial do bairro Cidade Nova. Além de reunir dezenas de migrantes que aportaram na cidade nos últimos anos atraídos pela promessa de emprego fácil e de vida próspera no Brasil, a celebração, marcada por orações e cânticos religiosos islâmicos, homenageará o Cheikh Ahmadou Bamba (1853-1927), líder muçulmano que coordenou uma revolta pacífica contra o domínio francês sobre o Senegal e deixou uma série de escritos sobre o Alcorão, o livro sagrado do islamismo.
Um dos organizadores da festa é Aboulahat Ndiaye, 24 anos, o Billy. Vivendo em Caxias há dois anos e seis meses, ele fala com entusiasmo do evento. Sorridente ao contar sobre a adaptação à cidade serrana, fecha o semblante ao recordar da vida no Senegal.
- A gente sofria lá. Tinha muita desconfiança em relação ao trabalho, porque não existem muitas empresas - conta.
Funcionário da estação de tratamento de água na Seara Alimentos, no Desvio Rizzo, Billy tornou-se ponto de referência para os senegaleses que chegam quase que diariamente à cidade. Com bom domínio da língua portuguesa, o rapaz é uma espécie de tradutor para os compatriotas, que se comunicam, em maioria, em wolof, principal idioma do Senegal. Alguns deles também falam francês, língua que aprendem na escola.
Morador de Forqueta, o biólogo Leonardo Corrêa, 30, é um dos elos da corrente que se formou em torno dos senegaleses "caxienses". Nas tardes de sábado, Corrêa assume a função de professor de português do grupo. O objetivo é diminuir a barreira linguística deles com a cidade, o que, muitas vezes, os impede de realizar tarefas cotidianas como pegar ônibus, por exemplo.
Confira na edição desta segunda-feira mais informações e histórias dos senegaleses que vivem em Caxias do Sul.
Ano-Novo
Senegaleses que vivem em Caxias do Sul promovem confraternização
Eles vieram para a cidade em busca de emprego fácil e melhores condições de vida
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