Com algumas exceções, os 117 mil roubos e furtos comunicados à polícia entre 2002 e 2011 não provocaram mudanças significativas na estrutura da segurança pública de Caxias do Sul.
A carência de efetivo da Brigada Militar e da Polícia Civil é a mesma da década passada. Policiais ainda reclamam de baixos salários, boa parte dos delitos não é investigada e a população continua amedrontada como no início dos anos 2000.
Oficialmente, Caxias do Sul conta com um policial para cada 758 pessoas, somando os servidores da BM e da Civil. A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê um policial para cada 250 habitantes. Se a quantidade é três vezes abaixo do ideal, a prática mostra uma realidade ainda pior.
Descontando os policiais em férias ou em licença ao longo do ano, sobra um PM para 1,2 mil pessoas. Essa desproporção mostra porque ladrões roubaram ou furtaram com facilidade mais de 19 mil veículos em 10 anos.
Registrar uma ocorrência pode não trazer resultados práticos, mas é importante para recuperação de objetos e responsabilização de criminosos, na opinião do comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), major Jorge Emerson Ribas:
- Eventualmente acontece de encontrarmos objetos em uma operação. Com a ocorrência, as vítimas têm condições de recuperar e apontar suspeitos.
Outro exemplo citado pelas autoridades é a estratégia do policiamento comunitário, principal aposta do governo estadual para Caxias. PMs foram distribuídos em 18 bairros para se aproximar dos moradores e facilitar a prevenção. A escolha das comunidades partiu das ocorrências que apontavam uma violência maior em relação a outros bairros.
Impunidade
Registrar crimes não significa retorno de investimentos na segurança pública de Caxias do Sul
Efetivo da Brigada Militar e Polícia Civil pouco mudou nos últimos anos
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