Dona de mecânica reclama de atendimento da Brigada Militar em Caxias do Sul

- Não podemos fazer nada, reclama para o governo.

Segundo uma moradora de Ana Rech, foi com essa frase irônica que um atendente do telefone de emergência 190, da Brigada Militar (BM), respondeu ao pedido dela para que alguém fosse à mecânica do marido.

O estabelecimento havia sido arrombado na noite de domingo. O comandante regional da BM, coronel Nicomedes Barros, prometeu averiguar de que maneira aconteceu o atendimento, mas disse que não ampliará o policiamento em Ana Rech.

Revoltada com o segundo arrombamento em quatro meses - e um prejuízo estimado em R$ 50 mil - na mecânica do marido, Valdeci Scarparo, 55 anos, a dona de casa Lourdes Scarparo, 52, telefonou para o 190 por volta das 23h de domingo. Ele recebeu a orientação de que o marido deveria se dirigir ao posto da corporação de Ana Rech, próximo à Praça Pedavena. Chegando lá, Valdeci pediu ao policial de plantão para ir até a oficina - na Rua Primo Gastaldello, perto da empresa Marcopolo - e ver como os ladrões a haviam deixado: os cadeados e fechaduras das portas estavam quebrados. Os arrombadores levaram diversos equipamentos.

O PM, porém, informou que não tinha viatura para se deslocar. Valdeci ofereceu uma carona, recusada pelo brigadiano.

-  O policial disse para meu marido que estava sozinho e não poderia deixar o posto vazio. Orientou que telefonássemos para o 190. Fiz o recomendado e recebi como resposta que não era com eles, que não tinham o que fazer, que eu tinha de reclamar para o governo - relata Lourdes.

O casal só registrou ocorrência do furto na manhã de ontem, no plantão da Polícia Civil.

A falta de policiamento em Ana Rech preocupa os Scarparo. Eles não entendem por que existe um posto policial se não há viatura nem PMs disponíveis para atender ocorrências. 

- Se fosse algo mais grave, como seria? Teríamos de esperar que viaturas viessem de Caxias para nos atender? - indaga Lourdes.

A mulher não tem a gravação na qual conta ter sido mal atendida pelo atendente do 190. O coronel Barros prometeu averiguar e tomar providência sobre o atendimento.