As seis vitórias nos últimos oito jogos do Juventude na Série B não enganam até mesmo a direção do clube. Os constantes problemas de lesões e suspensões têm dado uma dor de cabeça maior para o técnico Thiago Carpini escalar a equipe.
Por isso mesmo, os dirigentes alviverdes tentam qualificar o elenco com a chegada de mais dois reforços. Um meia e um atacante estão na mira do Verdão.
— A gente precisa reforçar. Acabamos identificando melhor onde estão nossas maiores carências, até pra termos substituições. A gente vê agora, com qualquer lesão ou qualquer problema que a gente tem com cartão, que o time acaba sofrendo. Já há algum tempo estamos procurando esses reforços. Posições que estávamos tentando até antes da Série B e não conseguimos porque são difíceis. Um exemplo é a contratação de mais um extrema. Uma posição escassa no Brasil. A dificuldade em encontrar este jogador está também em clubes da Série A, que entram em concorrência direta conosco — avaliou o presidente do Ju Fábio Pizzamiglio, em entrevista ao Show dos Esportes, da Gaúcha Serra.
A alta pedida salarial de alguns dos nomes cogitados pelo clube tem atrapalhado a definição das novas contratações para a Série B.
— É outro problema que identificamos, a supervalorização dentro do Brasil, com alguns clubes de Série B pagando salários de R$ 300 mil. Algo que está fora dos nossos padrões, que não fazíamos nem quando estávamos na Série A. Um salário desses representa 10% 0u 20% do nosso orçamento. Então, temos que ter os pés no chão para não endividar o clube. Mas vamos contratar. Alguns nomes já estão encaminhados e devemos ter mais alguns até a janela, no dia 3 — admitiu o mandatário alviverde.
Além do extrema, o Juventude identificou que fará um investimento na vinda de um meia. A novidade é de que o clube pode redirecionar o alvo e não trazer mais um substituto para Nenê, que vem atuando com frequência na Segunda Divisão. Mesmo aos 41 anos, o atleta entrou em campo em 12 das 14 rodadas.
A principal carência identificada no grupo é a ausência de um jogador que possa ser o substituto de Mandaca. O meia que faça o "box to box", termo inglês que se refere ao jogador que aparece tanto na área defensiva quanto na ofensiva. Conforme os dirigentes, os alvos do clube estão atuando em clubes da Série B e têm pouco espaço nos elencos atuais.
Além de um meia e de um atacante, o Juventude já se reforçou nesta janela de transferências com as chegadas do volante Kady, do Água Santa, do zagueiro Luiz Gustavo, do ABC, e dos atacantes Victor Andrade, do Vila Nova-GO, e Fábio Gomes, do Atlético-MG. O atacante Tite, do Oeste, foi contratado para a equipe de transição, mas está sendo observado no elenco principal pelo técnico Thiago Carpini.
Os atletas só podem ser inscritos a partir de segunda-feira, dia 3, ficando regularizados na partida diante do Ituano, no dia 8, em São Paulo. E o presidente alviverde ainda falou de onde estão vindo os recursos para qualificar o grupo.
— Com criatividade, parcerias com grandes clubes, utilizando o nome que o Juventude tem. É uma vitrine internacional que os jogadores acabam querendo participar do projeto. Agora é contatar parceiros, ex-jogadores, pessoas que têm carinho com o clube e acabam nos ajudando. Hoje mesmo, parte dos nossos jogadores não poderíamos arcar com os salários de forma integral se assumíssemos toda a verba. Só com a parceria do clube de origem ou do próprio empresário que queira usar o Juventude como vitrine do seu jogador — destacou Pizzamiglio, que admitiu que para que alguns atletas cheguem, outros podem deixar o clube:
— Temos que abrir espaço, isso é normal. Mas os jogadores só vão sair com boas propostas. Acontece em todos os clubes.
Na semana passada, o Ju recusou propostas por duas promessas da base que estão no elenco principal. O volante Gehring e o atacante Ruan, de 18 anos, não deixarão o clube neste momento. A ideia da direção é dar mais visibilidade a eles na Série B. A menos que as novas ofertas sejam bem acima das apresentadas aos dirigentes.