Ainda em meio a pandemia, o esporte na Serra teve sua retomada mais efetiva em 2021, inclusive com o retorno do público às competições. No futebol profissional, o ano foi de muita festa para o torcedor do Juventude, que celebrou o acesso e a permanência na Série A. Para os Grenás, a lamentação de mais um ano na Série D. Teve ainda conquista do Glória, queda do Esportivo e muitas medalhas conquistadas em Tóquio, nas Olimpíadas e Paralimpíadas. Relembre alguns desses momentos, em áudio ou nos destaques em texto:
DUPLA COMEMORAÇÃO
O torcedor do Juventude teve motivos especiais de comemoração do primeiro ao último mês de 2021. Em 29 de janeiro, o time alviverde derrotou o Guarani, em Campinas, e garantiu o retorno à Série A do Brasileiro, após 14 anos. Na rápida transição de tempora, mudança de comando. Saiu Pintado e voltou Marquinhos Santos. Em uma campanha irregular, o time alviverde foi até as semifinais e conquistou o título do Interior no Gauchão. Porém, a queda para o Vila Nova, na segunda fase da Copa do Brasil, trouxe uma pressão extra para o início da equipe no Brasileirão.
Com muitas mudanças no elenco e jogadores chegando no decorrer do campeonato, o Juventude construiu uma campanha sólida, fechando o primeiro turno em 13º e com vitórias emblemáticas, contra Flamengo e Grêmio. Porém, no returno, o time de Marquinhos Santos não conseguiu manter o mesmo nível de produtividade, o que acabou levando o Ju à zona de rebaixamento. Em uma tentativa para buscar a salvação, a direção alviverde trouxe Jair Ventura para ser o novo técnico. Apostando na força local e já contando com a volta dos jaconeros ao estádio, a equipe cresceu, especialmente nos jogos como mandante. Assim, garantiu os pontos necessários para brigar até a última rodada. E aí, com o Alfredo Jaconi lotado e uma noite mágica, o Juventude venceu o Corinthians por 1 a 0 e garantiu-se por mais uma temporada na elite.
O MESMO FINAL
O roteiro foi diferente, mas o capítulo final, mais uma vez, foi de frustração para o Caxias. No Gauchão, apesar de se classificar às semifinais, o time comandado por Lacerda foi muito questionado e a saída do treinador ocorreu logo após o Estadual. A equipe, que também havia sido eliminada pelo Fortaleza na primeira fase da Copa do Brasil, entrou na Série D com a esperança de uma nova história, sob o comando de Rafael Jaques.
Após um início promissor, a equipe caiu de produção e, na largada do segundo turno, viu o treinador ficar afastado por algumas rodadas após contrair covid-19. A demora para Jaques se vacinar gerou polêmica e foi uma das questões de bastidores que movimentaram a temporada. De qualquer forma, o Caxias avançou aos mata-matas e eliminou Portuguesa e União Rondonópolis até chegar ao jogo do acesso, contra o ABC. Após empate sem gols em casa, o Grená sucumbiu em Natal, foi goleado por 3 a 0, e viu o sonho do acesso escapar de novo.
QUEDA E TÍTULO
Para os outros times da Serra, o último ato salvou um ano ruim. No Gauchão, o Esportivo acabou rebaixado após fraca campanha, onde teve três técnicos: Luiz Carlos Winck, Rogério Zimmermann e Gustavo Papa. Na Série D, além do fracasso grená, o Tivo foi o outro time a avançar ao mata-mata, mas acabou eliminado pela Ferroviária-SP. Na Divisão de Acesso, Glória, Veranópolis e Brasil-Fa ficaram pelo caminho e sequer chegaram às semifinais. Porém, a equipe de Vacaria surpreendeu na Copa FGF. Na final, passou pelo Novo Hamburgo e garantiu a inédita vaga na Copa do Brasil de 2022.
SELEÇÃO DO TITE
O ano marcou também a confirmação da Seleção de Tite na Copa do Catar de 2022. Com um campanha irretocável nas Eliminatórias, com 11 vitórias e dois empates, em 13 partidas, o Brasil garantiu sua classificação de forma antecipada. Por outro lado, houve também um revés marcante, a derrota para a Argentina na final da Copa América, por 1 a 0, em julho, no Maracanã.
CAXIAS BASQUETE NO TOP 8
No início do ano, o Caxias do Sul Basquete confirmou mais uma boa campanha no NBB, chegando aos playoffs em sua temporada de retomada. Em uma competição sem a presença de público, o time de Rodrigo Barbosa parou nas oitavas de final, contra o Bauru.
Já em outubro, agora atuando no Ginásio do Sesi, o Caxias abriu a temporada 2021/2022. A largada é positiva, com a manutenção do time na zona de classificação dos playoffs, vaga encaminhada no Super 8 e ótima presença de público nos confrontos como mandante. O NBB segue até abril de 2022.
ACBF SEM TÍTULO
A ACBF quebrou uma barreira, mas não conseguiu o tão sonhado título da Liga Nacional de Futsal. Após quatro temporadas em sequência sendo eliminada nas quartas de final, o time de Edgar Baldasso foi até as semifinais, mas acabou eliminado pelo Cascavel, na prorrogação. Os paranaenses acabaram ficando com o título ao derrubar o Magnus/Sorocaba.
Ainda neste ano, a equipe de Carlos Barbosa foi vice-campeã da Libertadores, sendo derrotada pelo San Lorenzo, da Argentina, na decisão, e ficou com o vice-campeonato do Estadual ao perder para o Atlântico.
NOVAS ESTRELAS OLÍMPICAS
Realizados em meio a pandemia, os Jogos Olímpicos de Tóquio eram um grande desafio para organizadores e atletas. Após um período sem competições em 2020, e com muitas modalidades tendo o período de preparação prejudicado pela covid-19, era difícil fazer qualquer projeção. Porém, dá para se dizer que a competição foi um sucesso e o Brasil fez bonito. Nomes como Rebeca Andrade, Ana Marcela Cunha, Ítalo Ferreira, Herbert Conceição e Isaquias Queiroz entraram para o hall dos campeões olímpicos. Na nova febre nacional, o skate, a Fadinha Rayssa Leal brilhou com a prata. No total, o país fechou sua participação com sete medalhas de ouro, seis de prata e oito de bronze.
Os dois representantes da Serra, Fernando Kreling, o Cachopa, no vôlei, e Marcelo Demoliner, no tênis, não foram ao pódio.
PARALIMPÍADAS
O Brasil quebrou recordes nas Paralimpíadas de Tóquio. Foram 22 medalhas de ouro, 20 pratas e 30 bronzes. Com isso, o país manteve-se no top 10 da competição no quadro de medalhas e reafirmou sua posição como potência paradesportiva. No evento, um dos momentos marcantes foi a despedida do nadador Daniel Dias, uma das referências paralímpicas do país.
SURDOLIMPÍADA EM CAXIAS
O 2021 também foi de confirmação. Caxias do Sul foi oficializada como sede da 24ª edição das Surdolimpíadas, que ocorrerá pela primeira vez em um país da América Latina. Sendo assim, entre 1º e 15 de maio de 2022, a cidade receberá mais de 6 mil atletas de quase 100 países em um dos maiores eventos esportivos já realizados no Estado.
RETOMADA ESPORTIVA
Ainda convivendo com a pandemia do coronavírus, o esporte, passo a passo, voltou a ter as competições nas mais diferentes modalidades. Seja no amador ou no alto rendimento, inicialmente sem e depois com a presença do público, os ginásios, estádios, pistas, quadras e piscinas de todo o Rio Grande do Sul e do Brasil voltaram a receber os atletas. Mesmo que ainda sob diversos protocolos, é um alento importante dentro da retomada nos mais diferentes setores econômicos e mesmo na qualidade de vida das pessoas.