Três casos de racismo chocaram o Brasil em março e envergonharam a Serra gaúcha na mídia nacional: o primeiro contra o árbitro de futebol Márcio Chagas em Bento Gonçalves, o segundo contra um senegalês em um ônibus de Caxias do Sul e o terceiro contra colorados no Facebook de um então estagiário da prefeitura de Gramado. O mês de abril entrou em cena e até agora não houve nenhuma punição na esfera jurídica.
O Ministério Público (MP) se mostrou ativo em todas as questões, cobrando investigações e pedindo inquéritos policiais, mas a burocracia é o principal empecilho para que punições exemplares sejam expedidas.
O caso de Chagas, ocorrido em 5 de março, está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves. Já foram ouvidos dois suspeitos, que negaram as agressões morais, e ainda falta o depoimento da própria vítima, marcado para segunda-feira, dia 7, em Porto Alegre. Na esfera esportiva, o Clube Esportivo Bento Gonçalves foi punido com a perda de mando de campo por cinco jogos e uma multa de R$ 30 mil.
No caso do senegalês, que aconteceu em 8 de março, o processo ainda não chegou à mesa dos promotores, e os racistas continuam impunes. Um jovem de 18 anos e três menores de idade foram identificados por testemunhas e abordados pela Brigada Militar. Porém, os acusados negaram as agressões morais e físicas por motivo de cunho racial.
O mais recente ato de racismo na Serra foi praticado nas redes sociais. O jovem Ricardo Cavichioni, 23 anos, postou em sua conta no Facebook a foto de uma mão de pessoa branca apertando a mão de um macaco antes do Gre-Nal do dia 30 de março, o que foi deduzido como provocação aos colorados, já que ele é gremista. Ele foi demitido e a Polícia Civil abriu um inquérito. O jovem será ouvido na semana que vem.
Preconceito
Racismos de março na Serra gaúcha ainda seguem sem Justiça
Casos do Márcio Chagas em Bento Gonçalves, do senegalês em Caxias e do ex-estagiário em Gramado chocaram a região
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