Se o técnico Jorge Fossati sair do Inter, o substituto está alinhavado. Será Abel Braga, de novo. Contatos informais já foram efetivados. Nada que comprometa a ética de procurá-lo com o uruguaio no cargo. No caso de Abel, é bastante razoável: sua relação com o Inter tornou-se afetiva após comandar o time por quatro vezes desde o fim dos anos 80.
Vitorio Piffero e Fernando Carvalho são seus amigos para além do futebol. E amigos conversam com frequência em tempos de celular e e-mail.
O obstáculo entre Abel Braga e Inter é a multa rescisória de US$ 2 milhões (cerca de R$ 3,6 milhões). O contrato com o Al-Jazira, dos Emirados Árabes, termina em maio de 2011. O salário, equivalente a R$ 600 mil mensais, é alto. Mas Abel se dispõe a ganhar menos. Mora sozinho em Abu Dhabi.
Aos 58 anos, vê a mulher e os filhos (Fábio está nos juvenis do Fluminense) de vez em quando. Quer voltar ao Brasil. Outros clubes estão na briga, mas Abel prefere o Inter: pela estrutura superior, condição financeira e relação de confiança com os dirigentes.
Fossati quase não suporta mais tantas críticas. Recebe sondagens insistentes do Equador, para treinar a seleção. Lá, ele dá autógrafo até quando perde. Sem falar em outros clubes da América do Sul, onde tem ótimo conceito. O assédio ao uruguaio é voz corrente no Beira-Rio. Basta conversar com funcionários ligados ao clube.
A direção o respeita pela postura correta, mas se irrita quando age por conta, sem avisar. Foi assim no episódio Kléber Pereira.
Fossati informou que ele não jogaria contra o Cruzeiro, pelo Brasileirão, mas na hora de entrar em campo lá estava o ex-atacante do Santos saltitante na boca do túnel.
Os jogadores não abraçaram, como Fossati esperava, os seus conceitos. Nem os dele, nem os do preparador Alejandro Valenzuela. Não se trata de revolta ou rebeldia. Não é nada isso. É uma questão quase cultural. Jogam com fervor pelo que representa a Libertadores e pelo profissionalismo. Não pelo técnico.
Nem a classificação para a semifinal, diante do Estudiantes, retira a interrogação sobre a permanência de Fossati depois da Copa.
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Abel Braga, de novo?
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