Demorou, mas Silas aceitou que Maylson estava pronto e o transformou em titular. Ajeitou o meio-campo. Mário Fernandes chegou a ser anunciado como reserva, mas o bom futebol do zagueiro que desperta cobiça dos italianos vergou a resistência do técnico. Ajeitou a zaga.
Para quem, como eu, sempre defendeu a titularidade radical dos jogadores da ótima safra produzida pela base do Grêmio, mesmo quando eles sofriam contestações na casamata azul, é um prazer ver Maylson marcando gol atrás de gol. Ontem, no 2 a 1 sobre o Novo Hamburgo, de novo ele foi destaque.
É verdade que precisou os medalhões Souza, Leandro e Hugo se machucarem para isso acontecer, mas não importa. Mesmo que na base da pressão, Silas tem o mérito de fixar Maylson no time.
Poderia ter feito birra, batido na mesa e dito "quem manda aqui sou eu", mas aceitou as evidências e cedeu.
O próximo, ao menos até Borges voltar de lesão, deverá ser Mithyuê. Aos poucos, Silas será convencido. É um jogador que, com alguma sequência de jogos, pode se tornar um diferencial de talento importante na Copa do Brasil e no Brasileirão, competições mais difíceis e que realmente interessam ao Grêmio.
Vou além: o time pode ficar ainda melhor do que foi contra o Novo Hamburgo, ontem. Basta Silas ser mais ousado e apostar nas promessas prontas da base sem medo.
Ferdinando seguirá na equipe. Foi trazido do Avaí. Silas o protege. Neste vai ser difícil mexer. Enquanto isso, Fernando terá de esperar a vez. Se ganhasse chance, aconteceria com ele o mesmo que com Maylson.
Mas o destino caminha ao lado do Grêmio. Quando o treinador opõe restrições aos talentos da base, algo acontece (lesão, suspensão) e escalar os meninos torna-se a única alternativa.
Bom para o Grêmio, que aos poucos vai se encontrando no Gauchão. E bom para Silas, que de criticado vai conquistando, aos poucos, a confiança da torcida, graças ao guris da base.
Esportes
Silas: salvo pelos guris da base
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