Vem aí um encontro que vai proporcionar uma das maiores imersões em inovação, economia, tecnologia e empreendedorismo. Nesta quarta (8) e quinta-feira (9), o espaço histórico do Pátio da Estação, a Villa Basilico, no bairro São Pelegrino, em Caxias do Sul, será palco da 3ª edição do Mind7 Stratup, o qual a RBS é media partner. O evento, promovido pelos voluntários da associação Acelera Serra, ocorre das 9h às 18h conectando startups (iniciantes), empresas, investidores, empreendedores, gestores e comunidade brasileira. E também haverá a Feira de Negócios.
Uma história que começou em 2017, quando gestão da Acelera promovia pequenos eventos, no formato semanal ou mensal, para unir mentes inquietas na evolução do empreendedorismo e do ecossistema inovador da Serra. Porém, o trabalho de organização era grande para um público limitado. O maior evento neste modelo reuniu cerca de 300 pessoas. Por isso, surgiu a ideia de ampliar para um festival, com organização anual.
No mês de maio de 2019, nos dias 17 e 18, mais de 2,7 mil pessoas se reuniram no primeiro Mind7 Startup. O encontro ocorreu nos Pavilhões da Festa da Uva, com 100 startups expondo e mais de 20 investidores e aceleradoras participantes. O primeiro destaque foi o tema “big bang de novas ideias”. Na visão da organização, este primeiro encontro virou a chave nas empresas caxienses, pois elas perceberam a necessidade de engajar-se com tecnologias e soluções inovadoras para crescer no mercado.
Em 2020, o Mind7 teve apenas um palco de conteúdo dentro da Mercopar, mas não foi considerada uma edição do evento. O evento seguinte ocorreu em 2021, com o tema “Conexões reais e transformar ideias em revoluções”, em novembro, quando mais de 40 expositores estiveram nos Pavilhões da Festa da Uva e 1,5 mil pessoas visitaram, número menor em virtude das restrições da pandemia. Durante o evento, empresas aceleradoras e fundos de investimentos disponibilizaram um capital de mais de R$ 100 milhões para investir nas iniciativas. Além disso, ocorreu uma batalha entre as startups, com objetivo de ganhar investimento por parte das empresas, tendo como vencedora de 2021 a Abbiamo, focada na experiência do consumidor por meio da logística.
Em 2022, estava programada a edição no mês de setembro, mas, devido a grandes eventos como Copa do Mundo e eleições, não foi possível a realização. Para este ano de 2023, o encontro de startups propõe o conceito “Inovação, adaptação e conexão”. O evento não tem fins lucrativos para a associação organizadora.
— Os temas têm relação de construção de uma história. Em 2019 (Big Bag das Ideias) , o Astronauta vai ao espaço e se depara com um Big Bang acontecendo. No ano de 2021 (Transformando Ideias em Revoluções), o astronauta retorna com uma matéria do espaço, amórfica e que pode se materializar em qualquer ideia. E em 2023 (Inovação, Adaptação, Conexão), com as transformações e revoluções acontecendo, nós humanos nos universalizamos e vivemos um momento meio Star Wars/Odisseia no Espaço. Nosso lettering e comunicação está inspirada na cultura POP — conta o coordenador da Acelera Serra e organizador do Mind7, Rafael Yamane.
Mudanças da terceira edição
A também organizadora Milene Rostirolla explica que os primeiros Mind7s ocorreram nos Pavilhões da Festa da Uva, mas a organização percebeu a necessidade de tornar o evento conhecido na comunidade. Portanto, neste ano, um local histórico, no coração de Caxias do Sul, foi escolhido. O Pátio da Estação, no bairro São Pelegrino, está sendo revitalizado.
— Agora será no centro, para que a comunidade se sinta parte, pra que a cidade conheça o evento e movimente o centro da cidade.
Milene salienta que o espaço físico do Pátio da Estação será dividido em três palcos, cujos nomes são relacionados ao tema. O palco Inovação trará assuntos amplos envolvendo diversidades e marketing. O Conexões é voltado para cases reais, ocorridos no Rio Grande do Sul. O intuito é mostrar como as startups do Estado se movimentaram durante a pandemia. No terceiro palco, o principal, chamado Adaptação, haverá palestras do país todo, onde tem cases, por exemplo, de São Paulo e Minas Gerais.
Estão envolvidos na produção cerca de 300 pessoas, entre organizadores, apoiadores e expositores. Oito empresas estarão expondo e mais de 30 startups expondo. Ainda, estão agendados cerca de 30 palestrantes em âmbito estadual e nacional. A expectativa é que mais de 1,5 mil visitantes circulem pelos dois dias de exposição.
Características das startups participantes
Os integrantes da Associação Acelera Serra explicam sobre características para ser uma startup participante do Mind7. A startup, basicamente, soluciona problemas e as empresas de grande porte investem nessa reparação.
— Tem várias definições, pois não há uma unanimidade. Para simplificar, uma startup é uma empresa inovadora que visa resolver problemas ou identificar necessidades do mercado, geralmente por meio de tecnologias ou modelos de negócios disruptivos. — conta Milene.
Segundo Yamane, a maioria das startups tem base em tecnologia, porque elas precisam ser escaláveis e replicáveis. Ele lembra que esses investimentos são de alto risco, podem dar certo ou não.
— Uma das grandes importâncias justamente é que a forma de uma startup e de empresa operar são diferentes. A primeira anda rápido, com uma velocidade maior. Já a grande empresa tem caixa, precisa de mais prazo para se fechar contratos, por exemplo. O evento ele coloca as duas verticais no mesmo ambiente, e traz esse entendimento do que um pode fazer pelo outro.
Iniciar um negócio desafiador
A tradução literal do termo startup, é "iniciantes", em Português. Iniciar um negócio é sempre desafiador, contudo, o Mind7 torna esse processo mais brando. O festival permite um networking, que traz conhecimento e oportunidades para as startups e empresas.
Em 2019, os sócios Fábio Costa e Michel Varella, que já trabalhavam no ramo de logística, descobriram como solucionar um dos problemas recorrentes que as transportadoras têm. Os ajudantes de carga e descarga, mais conhecidos como chapeiros, se oferecem de forma informal, em beiras de estradas e portas de estabelecimentos para o trabalho. Problemas como a falta de nota fiscal, idoneidade do profissional, divergências de valores pagos pelos caminhoneiros são recorrentes neste meio.
A dupla teve a ideia de criar uma plataforma digital, Chappa Seguro, que faz a intermediação do chapeiro com a transportadora. O objetivo da plataforma é tirar esse profissional da informalidade, garantir nota fiscal a ambos os envolvidos e garantir segurança para as empresas. Esse serviço é oferecido em todo o país.
— O chapeiro se cadastra, a gente faz um perfil dele, analisa a questão de saúde, o estado físico, porque vai mexer com cargas. Presta um treinamento de como se portar, informações essenciais para o serviço, enfim. Por ali recebemos a demanda da transportadora, fazemos a contratação do chapeiro e ele é enviado até o local da entrega. — conta o proprietário Fábio Costa.
A primeira participação dos proprietários no Mind7 foi em 2021, para abrir portas, conhecer o mundo das startups, do ecossistema da Serra, entender seu funcionamento e descobrir o que eles precisavam melhorar no próprio negócio. Além disso, o Chappa Seguro foi apresentado ao mercado. Depois da apresentação, o segundo passo dado pelos sócios foi a validação da ideia e o entendimento de que não necessariamente precisa-se de um produto tangível para começar. A empresa trabalha com um MVP (Mínimo Produto Viável).
Costa conta que o primeiro faturamento da startup foi em setembro de 2020. A partir daí, o Chappa entrou em fase de tração, que é a montagem do aplicativo, prospecção dos clientes e inicio dos resultados. Em 2021, a empresa teve um rendimento de R$ 680 mil. No ano passado, a equipe já cresceu, sendo contratados funcionários e aumentando a cartela de clientes. O faturamento no final do ano chegou a R$2 milhões.
O Mind7 2023 será utilizado pelo Chapa Seguro para mostrar aos investidores os resultados. Fábio Costa conta que ainda não é o momento de buscar investidores, mas, sim, de amostragem. A expectativa da equipe, que hoje conta com cinco profissionais, é ter um faturamento de R$ 5 milhões neste ano.
A startup caxiense Asiago também buscou um norte no Mind7. Ela surgiu após um problema. Um dos sócios, Ricardo Lazzari, conta que já trabalhava com uma securitizadora de crédito- empresa que trata de direitos creditórios. Entretanto, surgiu um problema com a documentação de um cliente e tudo estava sendo resolvido por meio de um whatsapp, onde foi criado um grupo de fundos de investimentos para que esse cliente pudesse voltar a operar.
Então, Lazzari sentiu a necessidade de ter uma plataforma para ter o controle de informações, gerenciamento, análise, enfim de todo o contexto que transitava.
— Em vez da empresa fornecer informação para cada fundo, ela fornece numa plataforma, que distribui para os fundos. A plataforma faz a gestão de informação entre fundos e empresas. Uma empresa que necessita de crédito. Em contrapartida, tem que mostrar pra onde tá indo o valor, para que os fundos possam aportar mais. A gente faz a intermediação de informação e documentação de uma conta pra outra.
As portas da Asiago foram abertas em 2018. Dois anos depois, passou-se por uma reestruturação, acrescentando sócios e definindo o produto que seria desenvolvido. O sócio, Ricardo Lazzari, brinca que a Asiago caiu de paraquedas no festival Mind7. A primeira participação foi em novembro de 2021, onde muitas oportunidades vieram de parcerias com o Sebrae e a Associação Acelera Serra.
Assim como a Chapa Seguro, a Asiago é uma empresa em desenvolvimento, não há investidores no momento. O Mind7 permitiu alavancar o networking e levar a equipe para dentro do TecnoUCS. A empresa estará expondo neste próximo evento para se mostrar no mercado, demonstrar os resultados obtidos com o MVP (Mínimo Produto Viável), o qual já está operando em clientes. Dois clientes já estão utilizando a plataforma e 12 fundos investem, cada um solucionando uma questão particular de cada cliente.
Lazzari comenta que esse formato de plataforma foi definido em maio de 2022. No primeiro ano, a média mensal de rendimentos gerou em torno de R$ 20 mil. A projeção para 2023, é que a startup alcance a média de R$35 mil mensal.
As startups se apresentam no Mind7 sozinhas, ou em conjunto com outras instituições. A Prediza, por exemplo, estará presente por meio da da Universidade de Caxias do Sul (UCS) no espaço do Instituto Hélice. Esse combo leva as empresas para apresentarem seus produtos ao mercado e gerar networking.
A Prediza é uma startup voltada a soluções de problemas envolvendo a agricultura e o meio ambiente. Ela fica dentro do TecnoUCS e se desenvolveu graças a um projeto de empreendedorismo da universidade, no ano de 2018. O projeto é uma plataforma digital que auxilia produtores a saber das condições meteorológicas, de pragas, insetos, enfim, problemas que pode gerar custos excessivos à produção.
Uma estação, produzida pela Prediza, é colocada numa propriedade ou determinada área pra analisar aquele ambiente, as plantas, os animais e apresentar soluções ao produtor. Por exemplo, um produtor de uvas instala uma estação no parreiral, não precisa ter internet no local, o equipamento é instalado junto aos ramos da fruta. Ele verifica a possibilidade de chuvas, secas, geadas, enfim, demais intempéries e manda via aplicativo ou mensagem pelo Telegram, em tempo real, no celular do produtor.
— A escolha por entrar na agricultura foi por mercado mesmo, um produtor de uva pode gastar 38 mil por hectare, aplicando produtos ou controlando os efeito de geada, por exemplo. Com esse modelo de inteligência artificial, ela modela e diz o melhor resultado, diminuindo os custos. Ela trabalha o tratamento preventivo.
Também demonstra se há algum inseto que prejudica a produção em ação na uva, tirando uma foto do animal. Em casos de macieiras, por exemplo, a estação tira uma foto de um pé, conta quantas maçãs há ali, permitindo que o produtor faça uma estimativa da colheita, de quantas pessoas vai precisar, mais ou menos quanto terá de produção e o tamanho do espaço de armazenamento. Já num campo onde o produtor cria ovelhas, ele pode contabilizar, por meio da estação, se todos os animais estão no cercado, se há algum carrapato na pelagem, enfim, se há alguma divergência com a produção.
Os sócios proprietários Jeferson Soares Rodrigues e Fernando Pierozan trabalham com a Prediza ainda em fase de experiências, mas o projeto já é validado pela Empraba e distribuído em todo o país. O sistema é utilizado tanto por consumidor final, quanto por agroindústria. Atualmente, o equipamento conta com os componentes necessários para o funcionamento da inteligência artificial entrar em funcionamento e uma placa solar. Ele custa R$ 230, em formato de assinatura.
Rodrigues explica que a startup estará no Mind7 mostrando o projeto e angariando novos mercados. Segundo ele, um dos quesitos que ainda é debatido dentro da empresa é a parte de educação ao produtor para usar a tecnologia a seu favor. Na maioria das vezes, o produtor tem dificuldade de entender as estatísticas apresentadas pela plataforma. Além de deixar que um equipamento demonstre o que ele precisa fazer, a cultura tradicional de passar veneno semanalmente, muitas vezes sem necessidade, ainda é o problema encontrado no mercado da Prediza.
Além das empresas iniciantes, o Mind7 abre espaços para empresas já tradicionais, como a caxiense Marcopolo S/A. Mesmo com 73 anos no mercado, a empresa de carrocerias de ônibus segue inovando e acompanhando as tecnologias. Portanto, o festival também auxilia na continuidade da Marcopolo no mercado.
Pensando nisso, de acordo com o analista de inovação, Gabriel Pereira, a empresa disponibiliza que seus funcionários conheçam eventos do ecossistema de inovação, da Serra Gaúcha. No Mind7 a Marcopolo está presente desde a primeira edição.
— Internamente, temos como estratégia que nossos colaboradores participem ativamente de ações inovadoras e, neste contexto, por meio da nossa unidade de inovação, Marcopolo Next, lançamos no ano passado o programa MVP (Marcopolo Venture Partners), que fomenta ainda mais a nossa cultura de inovação. Com ele, colaboradores voluntários de todos os níveis hierárquicos participam de treinamentos, encontros com outras empresas e imersões em ecossistemas de inovação.
O MVP será apresentado na edição de 2023 no estande do Instituto Hélice, para que os colaboradores se conectem com os demais projetos inovadores. Além de gerar parcerias através do networking.
— Na edição de 2023 do Mind7 Startup, além de estarmos com mais de 20 colaboradores, participaremos no Espaço Hélice com a apresentação de um pitch sobre o programa MVP e seus resultados de impacto na cultura de inovação durante o momento “Reconhecimento Hélice”, em que os associados e mantenedores do instituto apresentarão seus projetos realizados durante o ano de 2022.
DIVERSIDADE DE CONTEÚDOS
A diversidade de conteúdos dentro do Mind7 é gigantesca, mas sempre relacionada ao mundo dos negócios. Um dos exemplos é em relação à participação da mulher, que tem tem um papel importante na inovação e construção de novos segmentos de mercado.
Uma das palestrantes vem de longe. A mineira Francis Aquino é executiva de Desenvolvimento de Líderes Para Transformação e Diversidade de Gênero. Ela trabalha ligada à importância da mulher no mundo dos negócios, empoderamento feminino e no combate à desigualdade de gênero. O pacto global assinado em 2015 pela cúpula das Nações Unidas definiu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável(ODS), que devem ser colocados em prática até 2030. O tema de Francis no Mind7 é a "ODS 5 – Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. "
— A parada da pandemia conscientizou sobre as relações humanas, o sentir, perceber e escutar. E veio também uma evidência do quanto a gestão mais humanizada é fundamental, para esse novo modelo de trabalho, pós-pandemia (fim das restrições, já que a pandemia oficialmente ainda existe). Aí se coloca a importância das mulheres.
Pela primeira vez, ela estará no festival colocando em discussão o assunto, do que as empresas têm feito a favor da diversidade de gênero. Na visão dela, homens, mulheres, empresas, startups, economia, mercado, enfim, tudo, precisam colaborar com a igualdade de pensamentos.
O evento trará também destaque de cases nacionais, onde empresas que já estão consolidadas no mercado vêm para mostrar as dificuldades, a trajetória e aprendizados. Um caso de sucesso apresentado será a gaúcha Yours Bank. O CEO, Felipe Diesel, conta que a empresa criou uma plataforma de investimentos para menores de idade. Crianças e adolescentes podem ter uma conta, fazer transação como pix, pagamentos e até investimentos.
A Yours Bank começou pequena, em Santa Rosa, mas graças a eventos como o Mind7 tem o Banco do Brasil como investidor, possibilitando expandir o mercado para a capital gaúcha. A empresa entrega experiência financeira e conhecimento do mercado a aqueles que têm menos de 18 anos.
— A gente já teve em outras edições como participante, visitante, para entender a inovação e prospectar investidores. Participar desses eventos é muito bom para ter convívio. O primeiro investidor da Serra nós tivemos graças ao Mind7, por isso, hoje, viramos case para outras startups.
O diretor de relações institucionais da Realdrive Simuladores, de Caxias do Sul, Diogo De Gregori, também será um palestrante na imersão do Mind7, falando sobre “Tecnologia Criando Experiências Reais, o caso da Realdrive Tech”. Ele trará aos visitantes as experiências no desenvolvimento do sistema, dificuldades enfrentadas e inovações. Também a adaptação para desenvolver novas tecnologias e soluções de software e hardware para formação, treinamentos, capacitações e entretenimento.
— Mesmo diante das dificuldades, da insegurança jurídica e alta carga tributária, quando se tem uma equipe engajada, sedenta por inovação como a nossa, conseguimos nos adaptar para superar qualquer desafio. Temos muito orgulho em ver nossa tecnologia desenvolvida aqui em Caxias, criando experiências reais em todo Brasil e até no exterior. Ficamos muito felizes com o convite para compartilhar nossa história no Mind7.
O Centro de Inovação do hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, será um exemplo apresentado no Mind7. O coordenador de Inovação e Tecnologia, Thomas Troian, salienta que o hospital foi um dos pioneiros na criação do Centro no Brasil, por isso, tornou-se referência tanto no país quanto internacionalmente. Essa relevância faz a demanda ser ainda mais desafiadora para a instituição.
Troian salienta que a saúde é uma área que não permite fazer testes, correr riscos. A prioridade é salvar as pessoas e é baseada em evidências. Ainda neste período pós-restrições da pandemia houve um aumento nos preços dos planos de saúde e dos insumos hospitalares, tornando o negócio da saúde mais desafiador no mercado.
Segundo ele, o papel do Centro de Inovação dentro de um hospital é ser intermediador. O coordenador explica que há duas visões. Primeiro, a equipe identifica os problemas e desafios do Moinhos, faz o mapeamento e prioriza os de maior relevância. Em segundo lugar, olha no mercado as possíveis soluções que vem através destas startups.
— Então, fazemos o papel de conexão, somos o elo de conexão entre as startups, os empreendedores e as dores do hospital. Conectamos isso para gerar resultados para os dois, seja investindo, mentorando, trazendo elas dentro dos hospitais para que elas conheçam a realidade. A oportunidade é para vivenciarem na prática o como é a realidade, testar pra ver se realmente funcionam os projetos. — conta Thomas Troian.
Os casos reais vão ajudar as novas empresas a dar os primeiros passos. Mas, muitas vezes, a inovação fica só no papel, só na fala e se esquece da prática. Por isso, Karol Oliveira, innovation project nanager, da V4 Company, foi convidada para passar dicas reais. Ela já mentorou mais de 1,5 mil negócios inovadores.
— Abordarei Inovação como motor de vendas, com o intuito de sair dessa mesmice de "precisamos inovar", mas trazer conceitos práticos para ajudar nisso!— comenta ela.
A palestra será de forma online, Karol é moradora do município gaúcho de São Leopoldo, mas está em viagem a Portugal, na cidade de Faro. Ela pretende, mesmo de longe, destacar que, independentemente do cenário político, um negócio, para se manter vivo, precisa vender mais e entregar o prometido, guiando essa dupla com boa gestão e acrescentando uma pitada de inovação. Segundo ela, por anos, muitas empresas falaram de inovação, mas ficaram apenas no discurso, algumas delas aplicando demissões em massa, pois não conseguiram se reinventar de fato.
Karol antecipa cinco dicas para as empresas focar em 2023:
— Minhas expectativas para 2023 são positivas a negócios que possuírem: 1) atenção na qualidade do produto ou serviço; 2) implementação de melhoria contínua na organização; 3) automação de processos para ganho de produtividade; 4) dados bem organizados para extração de insights e tomada de decisão; e 5) uma máquina de vendas que permita o motor girar.
Larissa Cruz, líder de UX no Mercado Livre, facilitadora e professora de design thinking, também participará do Mind7. O tema destacado por ela será sobre a importância do design (projeto) para as empresas, denominado "O poder do design para adaptação e inovação nas empresas". Larissa é especialista neste assunto e o leva para diversas partes do país. Em Caxias do Sul, é a primeira vez que a moradora de Campinas (SP) estará se apresentando.
— O design ajuda as empresas a se adaptarem a um contexto que muda rápido. O mudo é volátil, incerto, complexo, ambíguo. Precisamos entender como estamos, a história que já temos e ver como as empresas podem se redefinir, sempre levando seu propósito inicial a frente.
Na visão de Larissa, após o fim das medidas de restrições da pandemia, eventos presenciais, como o Mind7, permitem uma troca maior entre organizações que já são consolidadas no mercado e as iniciantes. Além de entender como está o ecossistema de inovação no momento, o que precisa ser feito para tornar-se mais atrativo no mercado. O design, segundo a professora, deve caminhar junto com as formas de consumo dos produtos e serviços.
— Pretendo levar um pouco da visão do que é o design, mas também mostrar o que não é design. O que significa utilizar o design para se adaptar aos momentos atuais. Quero mostrar com exemplos práticos de empresas que hoje são inovadoras, através do design. — salienta ela.
Além das palestras, da apresentação de cases reais de startups e grandes empresas, já consolidadas no mercado, o Mind7 trará painéis. Estas conversas, com a presença de um mediador, agregará para entender o cenário atual do mercado da inovação. Um desses casos é o painel sobre o Inova RS, programa do governo do Estado. O diretor do Departamento de Ambientes de Inovação da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia, Everaldo Daronco, mediará a conversa.
Daronco destaca que o bate-papo será para demonstrar os projetos já em andamento na pasta, além de limitar ao ambiente regional e local de Caxias do Sul.
— A Serra gaúcha é diferenciada no Estado, já debate esses temas do ecossistema de inovação há bastante tempo. As empresas já tem a inovação no seu DNA. —comenta o diretor
Segundo um levantamento do Sebrae, o Estado contava, até 2022, com 983 startups cadastradas. Destas 49 seriam em Caxias do Sul. Contudo, para ter um cenário real do estado, está sendo realizada uma pesquisa para mapear as startups no estado.
O Departamento de Ambientes de Inovação acredita que há mais de 2 mil startups abertas. Por isso, está em andamento uma pesquisa a nível estadual, chamada RS TECH, através deste link, a qual deve ser respondida pelo gestor da startup. A intenção desta pesquisa também será apresentada no Mind7, para que todas as empresas inovadoras participem e possibilite a participação em políticas públicas estaduais.
SERVIÇO DO EVENTO
O Mind7 Startup, com o tema "Inovação, Conexão e Adaptação", ocorre nos dias 8 e 9 de Fevereiro de 2023, das 9h às 18h, no Pátio da Estação E Villa Basílico - R. Olavo Bilac, 503 - Rio Branco, em Caxias do Sul. A abertura e credenciamento é às 9h. As palestras iniciam 9h30, culminando às 19h, quando começa o happy hour. O evento é 100% presencial nesta edição.
O visitante no Pátio da Estação presencia, logo na chegada, um espaço para o credenciamento e uma ambulância. Startups e expositores ficarão dispostos no pátio da Villa Basilico. Bem em frente à Villa terá o palco Inovação. À esquerda, dentro do Bot Bar, será o palco Conexão. No Mr. Franck será o palco Hélice. Os demais estabelecimentos do Pátio estarão abertos e podem ser utilizados para reuniões de trabalho. Os interessados podem agendar diretamente com a equipe no local escolhido. O Grupo RBS é media partner do evento.
Confira a planta do Mind7
A compra dos ingressos é feita pelo site do Sympla. O primeiro lote lançado, no valor de R$ 247, e o lote número um, R$347, já estão esgotados. Os interessados em visitar o Mind7 agora devem desembolsar R$ 447 por pessoa. As formas de pagamento disponíveis são por boleto, cartão de crédito , apple pay e pix.
O evento não tem restrição de idade ou de público. Menores de 18 anos devem adquirir ingresso normalmente e estar acompanhados dos pais, todos portando documentos de identificação, originais. Não há ingresso promocional para estudantes. As empresas que desejam enviar um grupo de funcionários para a imersão, contando com mais de 10 pessoas, pode enviar um e-mail informando o interesse para acelera.serra@gmail.com e solicitar mais informações.
O ingresso permite o acesso aos dois dias de evento. Porém, as palestras têm lotação de público por ordem de chegada, portanto, os visitantes devem ficar atento aos horários e espaços de cada palestra interessada.
Os cancelamentos são aceitos se solicitados em até sete dias corridos após a compra do ingresso, desde que até 72 horas antes do evento, sem exceção. Haverá certificado enviado de forma online para o e-mail cadastrado de cada participante. Não há necessidade do uso de máscaras e nem apresentar carteirinha de vacinação na entrada do Mind7.
A programação é sujeita a alterações
Datas, horários, palestrantes e temas
Dia 8 de fevereiro
9h30min - Esdras Moreira, Transformação Digital
10h15min - Aline Lúcia DeParis, LGPD e Negócios: quanto a nova lei pode impactar a sua startup
11h - Gabriela Augusto, O Valor da Diversidade Para Os Negócios | Liderança
11h45min - Francis Aquino, Inovação: a evolução da espécie até a diversidade de gênero
13h15min - Hugo Santos, Os desafios das vendas e do marketing para Startups
14h - Pedro Bocchese, Metaverso (presente, passado ou futuro)
14h45min - Karol Oliveira, Inovação Como Motor de Vendas
15h30min - Paulo Belíssimo, O MKT através do POP
16h15min - André Ferreira, Como construir a máquina de crescimento de uma empresa
17h - Cristiano Santos, LinkedIn de A a Z: Estratégias para Geração de Conteúdo, Autoridade e Negócios
Dia 9 de fevereiro
9h30min- Diogo De Gregori , Case da Realdrive Simuladores
10h15min - Larissa Cruz, O poder do design para adaptação e inovação nas empresas
11h - Felipe Spina, Personalização – quem fala com todos, não fala com ninguém. Personalize seu marketing digital
11h45min - Marcos Batista, Cultura de Inovação, como adaptar nossa mentalidade para as demandas da nova economia
13h15min - Felipe Diesel, A Trajetória Com a Yoursbank
14h - Rogério Cavalcante, Um Grau e Meio e as necessárias e constantes adaptações
14h45min - José Rodolfo Masiero, Metaverso: como fazer parte desta revolução
15h30min - Diego Alegre, A evolução do Design e como suas transformações colaboram para a inovação
16h15min - Carolina Nucci, Obviedades não-óbvias sobre Customer Centricity: como transformar organizações para uma lógica centrada no cliente?
17h - Jomar Silva , NVIDIA Omniverse Tecnologia