Em um município com mais de 150 mil inadimplentes, o período de festas se torna ainda mais desafiador para os consumidores de Caxias do Sul. O Natal e o Ano-Novo trazem muitos atrativos e promoções, ainda mais para aqueles que têm o benefício do 13º salário. O objetivo é encontrar o equilíbrio entre as compras e as contas. E na hora de comprar é que pode estar o grande desafio de controlar as finanças e não utilizar toda renda extra recebida apenas de uma maneira.
Em entrevista ao Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha Serra, nesta terça-feira (20), a educadora psicofinanceira Márcia Tolotti deu dicas de como não se endividar neste final de ano e também de como iniciar um 2023 com novos hábitos, que podem fazer diferença lá na frente. Uma delas é, quem sabe, aplicar uma parte do 13º salário.
— Quem sabe, separar uma parte para realmente aplicar e não gastar todo dinheiro. Aplicar não é fazer compra em lugar nenhum. Aplicar é colocar o dinheiro em algum lugar que ele renda mais, em alguma aplicação financeira — sugere a especialista.
Por conta da inadimplência, que cresceu neste ano em Caxias por fatores como a inflação, consumidores podem já ter utilizado toda primeira parcela do 13º. Para quem está neste grupo, Márcia recomenda que se tente guardar pelo menos uma parte da segunda parcela, que deveria ser paga até esta terça, ou que a utilize para o pagamento de contas. A psicofinanceira lembra que o benefício foi originalmente criado para ser uma reserva para as contas que poderiam surgir no ano seguinte. Mas, hoje, existe o costume de usá-lo para gastos extras.
— Quem já gastou e está com ele comprometido, o ideal é que se pague as contas. E uma dica: se alguém vai usar para comprar algo, que pelo menos compre e que não seja só uma entrada que vire um parcelamento — explica Márcia.
“Nenhum problema com os presentes”
A especialista lembra que não há problema em comprar presentes para familiares e amigos. Mas, o consumidor pode observar algumas situações que podem ajudar a não comprometer as finanças. Uma delas, por exemplo, é estabelecer um teto de gastos.
Márcia também dá uma dica de como dividir o 13º salário, desde que seja possível para o consumidor:
— Cada um sabe da sua necessidade. Mas, o que seria legal tomarmos daqui para frente nas finanças pessoais: 10% eu reservo para longo prazo, como minha aposentadoria; 20% eu reservo para a taxa N, que é a taxa "eu não esperava", que é, por exemplo, eu não esperava que o carro desse problema, é um imprevisto, não esperamos, mas vai acontecer; e aí, eu poderia reservar de 30% a 40% para os presentes, e o restante eu tenho para as despesas do início de ano.
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