Educação, colaboração e conhecimento foram palavras-chave na palestra de abertura do 27º Seminário Competitividade & Qualidade nesta segunda-feira (18), na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul. A apresentação foi feita pelo secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado, Alsones Balestrin, que apontou que essas são condições para a formação de um ecossistema mais atrativo para a inovação. Em seguida, durante coletiva de imprensa, ele explicou que o Rio Grande do Sul tem hoje mais de mil start ups e que a intenção é garantir a criação de um ambiente favorável à expansão desse número:
— Hoje, no ranking nacional de competitividade, o Rio Grande do Sul, na dimensão inovação, está na primeira posição. Mas nós precisamos ainda mais, nós precisamos tornar o Estado d0 Rio Grande do Sul líder nessa questão de criação, desenvolvimento e atração de start ups, que são empresas onde os jovens lideram e são futuras empresas grandes que vão gerar oportunidades de trabalho na sequência.
Outro ponto central na apresentação do secretário é a necessidade de se pensar em estratégias para garantir que profissionais talentosos e qualificados permaneçam no mercado de trabalho brasileiro. Ele apresentou dados de uma pesquisa que mostra que 47% dos jovens de 15 a 29 anos querem morar fora do país, em busca de mais oportunidades e qualidade de vida.
— Nessa economia, que a gente chama economia do conhecimento, a geração de riqueza e a geração de qualidade de vida de uma sociedade estão diretamente ligadas à quantidade de talentos, à quantidade de profissionais altamente qualificados — afirmou.
Nesse sentido, ele defendeu um pacto nacional pela educação, com envolvimento de diversos setores da sociedade. Destacou, por exemplo, a importância das universidades no desenvolvimento de polos de inovação, como o Vale do Silício. No Brasil, no entanto, indicou Balestrin, só 23% dos jovens de 18 a 23 anos estão no Ensino Superior. Por outro lado, o palestrante indicou que o Brasil é o 12º país em geração de conhecimento, mas apenas o 68º em termos de inovação.
Escassez de mão de obra
Após a abertura na RA CIC, com a palestra sobre Desafios da qualificação profissional para o desenvolvimento de ecossistemas de inovação, o Seminário continuou com palestras voltadas à abordagem do problema e possíveis soluções para a falta de mão de obra qualificada.
Entre as apresentações, está a da professora e pesquisadora da Universidade de Caxias do Sul (UCS) Cíntia Paese Giacomello, que fala sobre a visão de futuro do emprego sob o ponto de vista dos jovens. Cíntia apresentou um recorte da pesquisa realizada em 2022 com 3.962 jovens de 14 a 24 anos vinculados ao Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) moradores da Região Metropolitana de São Paulo. Segundo ela, o objetivo de trazer esse estudo é poder gerar reflexões sobre a realidade local a partir dos dados colhidos naquela região:
— Eles são jovens super antenados com a tecnologia, conhecem super bem e produzem para redes sociais, só que eles não enxergam na tecnologia esse espaço para crescer. No próprio no CIEE de São Paulo, sobram vagas nessas áreas mais tecnológicas, enquanto eles estão procurando cursos e polos do CIEE voltados para áreas mais operacionais, como saúde, agronegócio, e não tecnologia.
A pesquisa apontou que os jovens têm um bom conhecimento em computação básica, mas encontram dificuldade em níveis mais avançados, como linguagem de programação.
—Ainda falta uma ponte entre a própria escola e a estrutura familiar que mostre a importância disso. Acho que é por aí o caminho do sucesso.
A programação na CIC contou ainda com uma palestra sobre atração e retenção de pessoas, ministrada pela diretora de Desenvolvimento Humano da Tramontina, Clarissa Trombini. O case da Rede Andreazza sobre a expansão dos negócios com o engajamento de pessoas será feito pela supervisora de Desenvolvimento Humano da Rede Andreazza, Tássia Johann.