O aumento do diesel repassado às refinarias pela Petrobras já está nas bombas em Caxias do Sul. A reportagem realizou um levantamento em 14 postos de combustíveis em diversos pontos da cidade na manhã dessa terça-feira (10). O maior valor encontrado de diesel S-10, que é obrigatório nos motores a partir de 2012, foi de R$ 7,04, em um posto na Rua Vinte de Setembro, na área central. No mesmo posto, o litro da gasolina comum está R$ 6,86. O valor mais baixo, com o reajuste, foi encontrado em um posto da BR-116, no bairro Planalto. Lá o consumidor encontra o combustível a R$ 6,79.
— Antes de reajustar pagava R$ 6,38. É um absurdo. Para nós que trabalhamos com caminhão e caminhonete e temos que abastecer duas vezes por semana é demais esse valor — ressaltou o empresário Sandro Vaccari, 51 anos, que abastecia um dos caminhões da empresa nessa manhã.
Em março, a variação do diesel S-10 podia ser encontrada entre R$ 6,54 e R$ 6,84 nos postos pesquisados pela reportagem. Nessa terça, o segundo maior preço reajustado encontrado pela reportagem foi de R$ 6,99 em, pelo menos, três postos nos bairros São Ciro e na Perimetral Norte, no Interlagos e no Jardim América. Em um posto da BR-116, no São Leopoldo, um motorista que preferiu não se identificar reclamou que o reajuste "nem bem saiu da refinaria e já chegou ao bolso dos consumidores". Lá o diesel S-10 passou de R$ 6,49 para 6,94:
— Para nós é ruim. Antes do reajuste, encontrei o S-10 a R$ 5,87 em Novo Hamburgo. Aqui já é mais caro, e para o motorista que está sempre na estrada o impacto é ainda maior.
Ainda sem reajuste
Há ainda postos que não repassaram o valor ao consumidor. A tarifa mais alta do diesel S-10, sem o reajuste é R$ 6,79 e a mais baixa é R$ 6,49 no São Ciro, perto da igreja do bairro. No bairro Presidente Vargas, o valor também ainda não havia sido reajustado. O empresário Altemir Calza, 58, tem cinco veículos na empresa. Mesmo sem ter abastecido com o novo valor nas bombas, demonstrava indignação.
— Agora está R$ 6,64, mas vai passar dos R$ 7 quando o reajuste chegar a bomba. Tudo aumenta e todo mundo aceita, esse país não tem mais reação para nada. Está insustentável essa situação — argumenta Calza.