Há cerca de seis anos vem sendo debatida a implantação de um terminal rodoferroviário em Vacaria. Nesta terça-feira (1º), o vice-prefeito do município, Marcelo Dondé, comentou o andamento do projeto em entrevista à Gaúcha Serra. Segundo ele, a construção do terminal impactaria diversas cidades da Serra com o recebimento de insumos vindos de outras regiões do país. O projeto vem avançando e ficando próximo de um desfecho graças ao apoio do poder público e de entidades empresariais da região, que abraçaram a ideia.
— Com esse terminal rodoferroviário nós vamos trazer competitividade para as indústrias do Rio Grande do Sul, em especial para as da Serra gaúcha. Sabemos que o estado fica no extremo sul do Brasil e um dos fatores que acaba nos prejudicando perante outras indústrias, principalmente do centro do país, é o custo logístico. E com o terminal rodoferroviário nós poderemos dar um pouco mais de competitividade para essas empresas, com a redução no custo da logística, principalmente na questão do transporte das matérias primas para todas essas indústrias gaúchas — explica.
Dondé destaca também a logística reversa, pois o custo de venda dos produtos que as indústrias regionais produzem com a matéria prima que compram também é alto por conta do transporte. Desse modo, o terminal auxilia não só na compra dos insumos, mas também na venda dos produtos finais que foram fabricados na Serra.
O projeto objetiva diminuir custos, aproveitando a malha ferroviária já existente no município há mais de 50 anos. O orçamento ainda não foi concluído, entretanto, a estrutura do terminal deve ser construída por meio de investimento da iniciativa privada. Agora, as negociações estão sendo feitas com o Governo Federal via Ministério da Infraestrutura e com a concessionária de ferrovias Rumo, que detém o trecho até 2027.
— Estamos negociando com a Rumo e juntamente com o governo, se ocorrer essa renovação antecipada da concessão, que a gente inclua o terminal rodoferroviário de Vacaria. Sabendo que o grande investimento do terminal não é da Rumo e nem Governo Federal, mas, sim, da iniciativa privada. Com a Rumo, detentora da concessão da malha trecho sul, queremos a garantia do transporte e de investimento deles, pedimos somente os ramais de parada do trem. Temos a linha principal e precisamos fazer os ramais para que quando o trem parar para carga e descarga, ele saia dessa linha principal, deixando-a livre. O restante é tudo da iniciativa privada, são empresários da Serra que estão visualizando colocar esse aporte financeiro — ressalta o vice-prefeito.
Ele ainda afirma que o trecho sul da malha ferroviária Sul, ficou um pouco abandonado quando privatizada e começou a ser reestruturado quando a Rumo assumiu a concessão no lugar da América Latina Logística, a antiga ALL. Por isso, o trecho precisa de alguns investimentos na malha principal e isso ficará por conta da Rumo, que é responsável pela manutenção. Ainda não foram divulgados os nomes dos empresários que estão investindo.
— Aguardaremos uma garantia, para depois divulgar quais são os empresários, mas eles são aqui da região. Tem diversos segmentos unidos nesse projeto, como ele não é especifico para um setor, é uma junção de empresas de diversos setores para concretizar a ideia.
Atualmente a malha ferroviária que passa por Vacaria tem a passagem de uma composição por dia, onde é transportado combustível. Antigamente, eram de seis a oito composições por dia com diversos tipos de produtos. O vice-prefeito explica que ainda não há uma estimativa do valor que precisará ser investido. Isso tudo será definido em uma reunião com a Rumo e demais envolvidos nesta quinta-feira (3), em que a concessionária irá determinar questões de segurança e exigências de normatização do modal ferroviário.
O vice-prefeito acrescenta que já há uma área pré-definida para a construção do novo terminal, porém ainda depende da aprovação da Rumo.
— Toda a infraestrutura deverá ser construída do zero, e aí entra o poder público de Vacaria que vai dar o apoio necessário e possível para a implantação desses terminais. Daremos o auxílio de terraplanagem e questão da infraestrutura, para ajudar esses empresários que vão investir no projeto — conclui.