Depois de 23 anos de história, com geração de emprego e renda em Nova Prata, a Yoki mantém a decisão de fechar sua fábrica no município. O anúncio oficial havia sido feito no dia 11 de janeiro, pelo grupo gestor da marca brasileira, o General Mills, com sede em Minneapolis, nos Estados Unidos. A partir de maio, cerca de 300 trabalhadores perderão o emprego. Mais uma vez, a General Mills mantém sua palavra e a decisão é irreversível. Procurados pela reportagem do jornal Pioneiro, os gestores se manifestaram apenas por meio de uma nota oficial (leia a íntegra abaixo).
No trecho inicial do documento consta a justificativa para o fechamento da fábrica: "A empresa encerrará suas atividades na planta de Nova Prata/RS, concentrando sua produção de pipoca na cidade de Pouso Alegre/MG, onde possui sua principal planta, que recentemente foi ampliada. Os ajustes fazem parte de uma estratégia que prevê acelerar o crescimento da General Mills no Brasil - um dos mercados prioritários para a organização".
A nota fecha com um compromisso da empresa quanto à quitação das demissões, com bônus, mas sem especificar de que forma se dará o pagamento e quanto valor desse benefício. Segue o texto: "Os funcionários afetados estão recebendo toda a assistência da General Mills nesse período de transição, e a empresa está oferecendo um pacote de benefícios, negociado em parceria com o sindicato (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Alimentícia de Serafina Corrêa), que prevê bônus salarial e extensão de convênio médico."
O impacto ainda não foi mensurado pela prefeitura de Nova Prata. Com cerca de 28 mil habitantes, o município emprega 7,9 mil trabalhadores, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O prefeito Alcione Grazziotin (MDB), lembra bem quando recebeu três diretores da empresa, na segunda semana do seu mandato. Se diz ainda surpreso, mas compreende a decisão, por se tratar de uma estratégia da empresa, que, por ser privada, toma a posição que bem entender para o melhor andamento dos negócios.
— Eu estou prefeito, mas sou advogado, já trabalhei assessorando empresas, e essa é uma decisão administrativa, que está fundamentada em diversos fatores, como o econômico e de logística. Cada empresa tem sua estratégia. Com relação a Yoki, não posso arriscar em dar um posicionamento sobre isso, porque desconheço o dia a dia da empresa — justifica Grazziotin.
O prefeito não acredita que os municípios possam impedir essas decisões, mas entende que é necessário ter uma estratégia para atrair novos investidores.
— Logo após termos sido informados, buscamos outras empresas para se instalarem aqui. Além disso, fortalecemos a relação com as empresas já existentes no município. E com relação aos trabalhadores, vamos auxiliar no encaminhamento para a reposição dos empregos. Da parte de assistência social, ainda não sentimos uma mudança significativa, não — revela o prefeito.
Leia, a seguir, a posição oficial da General Mills
"Para ampliar a capacidade produtiva, otimizar sua cadeia operacional e oferecer melhor nível de serviços a todos os seus clientes no Brasil, a General Mills está reestruturando parte de seus negócios no país.
A partir de maio, a empresa encerrará suas atividades na planta de Nova Prata/RS, concentrando sua produção de pipoca na cidade de Pouso Alegre/MG, onde possui sua principal planta, que recentemente foi ampliada. Os ajustes fazem parte de uma estratégia que prevê acelerar o crescimento da General Mills no Brasil - um dos mercados prioritários para a organização.
Todas as transferências e ajustes operacionais estão sendo realizados com profundo respeito aos nossos colaboradores, produtores parceiros e às comunidades locais. Os funcionários afetados estão recebendo toda a assistência da General Mills nesse período de transição, e a empresa está oferecendo um pacote de benefícios, negociado em parceria com o sindicato, que prevê bônus salarial e extensão de convênio médico."