Uma padaria de Caxias do Sul estima em 20% ao mês as perdas de faturamento que poderá ter com o novo decreto que determina o fechamento de estabelecimentos do tipo aos domingos. A medida, pensada para evitar aglomerações, também atinge mercados e shoppings, entre outros setores.
Conforme o sócio-proprietário da padaria, que prefere não se identificar, os domingos costumam registrar muitas encomendas de tortas, pães e outros produtos. Embora em menor número por conta da pandemia, também há um público fiel que costuma buscar o estabelecimento para tomar café. Toda essa demanda, faz com que o movimento nos domingos seja até superior em relação aos dias de semana.
— Sendo padaria, que vende produtos de primeira necessidade, surpreendeu totalmente. Claro, fechando os mercados, aumenta o movimento da padaria, mas o pessoal não se aglomera na padaria, o pessoal se aglomera em shopping e todo mundo entra na roda. Essa padaria não ficou um dia fechada desde a inauguração, em 1994 — observa.
De acordo com o empresário, desde o início da pandemia cerca de 40 contratos de trabalho foram suspensos entre a padaria e a fábrica que abastece uma rede de franquias. Com o fechamento aos domingos, os funcionários que recebiam um valor extra devem deixar de receber.
— Tem gente que conta com esse dinheiro — afirma.
Os supermercados também devem ser impactados com o fechamento, mas alguns gestores acreditam que o problema que será eliminado aos domingos possa se agravar aos sábados. É o caso de Marcelo Zimmermmann, 40, gerente do Sacolão Zimmermann, no bairro Santa Catarina. O sábado já é o dia de mais movimento no estabelecimento e ele acredita que a demanda possa se intensificar. Apesar disso, ele espera queda nas vendas de uma forma geral, embora não saiba estimar o percentual.
Já no posto Alcides Baldissera, na esquina das ruas Matteo Gianella e Carlos Bianchini, o gerente Juliano Fortes Rocha, 27, acredita que não haverá impacto nas vendas porque o estabelecimento já está adequado ao decreto. As novas regras proíbem a venda de bebida alcoólica após entre 22h e 7h na cidade e os postos não podem permitir aglomerações ou colocar mesas nas lojas de conveniência.
— A loja fecha às 20h e até as 22h vendemos por uma janela. Não permitimos aglomerações, estamos respeitando o decreto. Mantendo do jeito que está as vendas não devem cair tanto — relata.