Se a Estação Férrea é a força pulsante da cidade, o Moinho da Estação é o coração desse organismo. O complexo se constitui como centro cultural, comercial e de lazer, utilizando o patrimônio histórico do município. Ao todo, são 40 salas para locação na estrutura. Trinta e sete delas estão ocupadas no momento.
A estrutura arquitetonicamente diferenciada e geograficamente privilegiada acaba sendo uma das mais promissoras para desenvolvimento de negócios. Com a pandemia, entretanto, o risco de perder essa vantagem se tornaria uma realidade, não fosse a administração da gestora do complexo, Eloísa Tondo, que renegociou termos de aluguel com seus inquilinos, a quem se refere como “parceiros”. Os empresários que possuem negócios no Moinho destacaram a compreensão e a empatia demonstrada por Eloísa como primordial para a eventual retomada das atividades.
– Todos eles têm história longa comigo e entendemos o processo que estamos passando, tem algumas salas, tanto de escolas de idiomas, quanto de cursos de dança que literalmente não têm nem aluno. Abonamos aluguel porque eles realmente não têm condições, e a gente quer que eles voltem, queremos que o Moinho da Estação permaneça – explica Eloísa.
Atualmente, 10 inquilinos tiveram o aluguel abonado temporariamente, por estarem com as atividades totalmente suspensas.
– Negociamos com cada um, quem pode trabalhar e consegue pagar 10%, 20%, paga. A gente faz isso esperando que tudo volte ao normal, que os empregos sejam preservados. Mesmo que sejam empresas pequenas, preservando o espaço e a própria estrutura que instalaram no espaço, não tem sentido a gente pedir sala, isso é um momento.
Ela comenta que o seu rendimento caiu 80% no período, mas celebra que os 20% que consegue arrecadar são suficientes para manter a limpeza e a segurança do condomínio. A postura de empatia com o momento, segundo ela, foi uma resposta natural às circunstâncias.
– O barco é para todo mundo, tudo que pudermos colaborar com o outro é o momento certo, não temos que nos aproveitar das situações.
Eloísa Tondo diz que há empresas interessadas no imóvel onde ficava o Mississippi e que a intenção é ocupá-lo com ramo gastronômico.
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