Desde o dia 4 deste mês, quando a prefeitura de Caxias do Sul decretou o uso de máscaras para todos que circularem pelas ruas, algumas lojas especializadas em tecidos na cidade registraram aumento do movimento. Alguns tecidos, como o tricoline e TNT, os mais recomendados por infectologistas, estão entre os mais procurados.
O vice-presidente de Tecnologia e Inovação da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul, Lucas Feldens Magnani, explica que o aumento nas vendas de tecidos foi registrado ainda em março, quando as pessoas perceberam a necessidade do uso de máscaras. A partir daquele momento, a demanda, segundo ele, foi aumentando.
— Na primeira semana do decreto que autorizou a abertura das lojas, as vendas se intensificaram. Depois, a movimentação se manteve — diz.
No entanto, Magnani ressalta que nem todos os empreendimentos especializados na venda de tecidos tiveram um retorno positivo neste período. A entidade, no entanto, não tem números sobre o setor em Caxias.
— Durante esses meses, conversamos com pessoas que não se deram bem com essa pandemia e outras que se deram — conta Magnani.
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A Central de Tecidos e Aviamentos (Makro), no bairro Cidade Nova, trabalha com vendas em atacado e varejo. Desde o início do mês, a loja registrou um aumento considerável nas vendas em atacado. No varejo, no entanto, a comercialização não é tão satisfatória.
— No varejo tivemos um acréscimo nas vendas de tecido e elásticos para máscaras de cerca de 300%. Já no atacado, venda para lojistas, tivemos uma queda de mais de 70%. Isso nos preocupa bastante porque a situação da economia está bem séria — diz a gerente Andreia Novello.
A JR Aviamentos e Tecidos, que fica em Lourdes, também registrou aumento nas vendas, especialmente do tricoline, que é encontrado nas opções 100% algodão ou misto. No entanto, conforme a gerente Sirlei Stumpf, nada significativo:
— Na verdade, há um direcionamento deste tecido (tricoline) para determinada área. Antes vendíamos para produção de camisaria, por exemplo. Hoje, a venda é exclusiva para fabricação de máscaras. Então, ela aumentou, mas não foi nada muito grande, já que antes vendíamos para outro segmento.
Na Central de Tecidos e Aviamentos, por outro lado, a busca varia. Andreia conta que, no início da pandemia, a procura era maior por TNT. Porém, agora, as pessoas estão buscando por uma variedade maior. O tricoline e a malha fit estão entre os mais buscados.
A Sultextil, por sua vez, com sede no bairro São Pelegrino, trabalha com varejo e atacado. No entanto, a empresa fabrica tecidos de malha, não vende tecidos como TNT e o tricoline. Mas, assim como a Central de Tecidos e Aviamentos e Sultextil, registrou queda nas vendas para atacadistas. O aumento das vendas, segundo a diretora de desenvolvimento da loja, Paola Reginatto, é registrado com os consumidores finais e varejistas. Ela estima que as vendas de tecidos usados para confecção de máscaras, como algodão e malhas duplas, aumentou 15% desde o início do mês.
— Vemos um aumento principalmente de movimentação de clientes. Observamos também que muitas empresas que confeccionam roupas estão fazendo máscaras, já que parte dessa produção diminuiu.