Caxias do Sul teve um saldo quase estável, mas negativo no número de empregos em maio: houve 21 demissões a mais do que as admissões. O número foi divulgado pelo governo federal na tarde desta quinta-feira (27), através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O número é o resultado das 5.453 admissões e das 5.474 demissões no período. A cidade voltou a apresentar saldo negativo como em março, quando houve o fechamento de 373 vagas com carteira assinada.
Segundo o Caged, em abril haviam sido abertas 576 vagas no município. Considerando os cinco primeiros meses do ano, os números são positivos. O período acumula saldo favorável de 3.554 vagas. Foram abertos 32.330 postos de trabalho e fechados 28.776.
Em maio, o melhor setor caxiense foi o do comércio com a criação de 238 vagas. Para a economista Maria Carolina Gullo, a movimentação ainda é reflexo dos novos empreendimentos na cidade, como a Havan e o atacarejo Stok Center. A construção civil também acompanhou o crescimento de carteira assinada, com um saldo de 83 vagas.
Já os setores da indústria de transformação e agropecuária puxaram o desempenho para baixo com o fechamento de 201 vagas e 120 postos de trabalho com carteira assinada, respectivamente. Maria Carolina ressalta que os números da indústria representam a confirmação da redução no número de pedidos para as indústria caxienses para o segundo semestre.
– A expectativa e a confiança dos empresários caíram. O número de pedidos das grandes empresas está mais lento, e provocando uma acomodação. As contratações estão acontecendo em um patamar menor comparado com o início do ano. Está havendo um ajustamento entre as contratações e o número de pedidos – diz a economista.
Na avaliação de Maria Carolina, os números da indústria refletem o momento político do país e a demora na aprovação da reforma da Previdência, que tramita na Câmara Federal.
– O ambiente voltou a ficar com mais indefinições e colocou um freio na economia. O Governo Bolsonaro não conseguiu ainda implantar as mudanças que havia prometido. Há um ambiente de incerteza devido à lentidão das ações do governo.
No país e RS
O Brasil registrou a abertura de 32.140 novas vagas de trabalho com carteira assinada em maio, de acordo com o Caged. O saldo positivo foi resultado de 1.347.304 admissões e 1.315.164 desligamentos. No ano, foram criados 351.063 novos emprego, uma variação positiva de 0,91%, elevando para 38,761 milhões o estoque de empregos formais no país – o maior desde maio de 2016, quando o Caged registrou 38,783 milhões de empregados com carteira assinada. Já no acumulado de 12 meses, o saldo positivo chega a 474.299 novos postos de trabalho, equivalente a um crescimento de 1,24%.
Entre os Estados com redução no número de emprego formais, o Rio Grande do Sul ficou com o incômodo título de unidade da federação que mais fechou vagas: 11.207.