Para garantir a compra de gasolina a R$ 2,50, caxienses ficaram mais de 15h na fila de um posto de combustíveis no bairro São Leopoldo. A ação faz parte do Dia Livre de Impostos, que ocorre em mais de 2,2 mil lojas em 130 cidades do país nesta quinta-feira. O Posto de Combustíveis Parque do Sol, na Avenida São Leopoldo, esquina com Sarmento Leite, distribuiu 100 senhas, com limite de 20 litros por motorista. O preço, somente nesta quinta-feira (30) seria, para quem conseguiu a senha, de R$ 2,50 o litro, o que representa quase metade do valor normal, de R$ 4,929.
Mais de 100 estabelecimentos de Caxias do Sul participam da ação, que visa conscientizar a população sobre a alta carga tributária que incide sobre mercadorias e serviços. A intenção é oferecer descontos nos valores dos produtos simulando o preço que seria cobrado, caso não houvesse o impacto dos impostos.
O primeiro a chegar na fila foi o aposentado Valdelirio Soares de Lima, 62 anos. Morador do bairro Serrano, ele conta que chegou no posto pouco depois das 16h30min de quarta-feira (29) e diz que foi motivado a aproveitar o desconto porque utiliza muito o carro. Para não ficar sozinho durante as mais de 15 horas até a abertura do posto, ele contou com a ajuda de um familiar a partir das 21h.
— A gente usa muito o veículo. Hoje, eu estou parado e vim aproveitar a promoção. Eu vim cedo porque às cinco horas (da tarde) as empresas soltam, encerram o expediente. Então, pensei em vir antes deles, mas não deu tanta fila — comenta.
O gerente de área do posto de combustível, Gabriel Regal da Silva, destaca que foi montada uma força tarefa para atender a demanda extra prevista para esta quinta-feira: funcionários foram remanejados para as primeiras horas da manhã e foi solicitado o apoio da Fiscalização de Trânsito. Ele estima que até as 7h, mais de 100 veículos estavam na fila.
— É uma forma de protesto pela alta carga tributária em cima do combustível. É uma forma de mostrar para a sociedade que não é o posto que coloca o valor em cima, é a alta carga dos tributos — diz.
Posicionado no quinto lugar da fila, o motorista Leonardo Santos, 47 anos, foi preparado para passar a noite fria na fila: no banco do caroneiro estava uma mantinha utilizada para se aquecer. A touca e a jaqueta grossas também faziam parte da vestimenta utilizada para esperar até a abertura do posto. Ele chegou às 21h de quarta-feira.
— Se não tivesse toda essa 'ladroeira' de impostos, o Brasil com certeza iria para a frente — observa o morador do bairro Aeroporto.